A disputa pelo comando do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso (Coren-MT), nas eleições marcadas para o dia 1º de outubro, corre o risco de gerar uma situação inusitada, do ponto de vista ético e moral, num momento em que a sociedade clama por mudanças radicais. Isso porque o enfermeiro Antônio César Ribeiro, candidato a presidente pela chapa 2 “Coren Forte de Democrático”, teria a missão de pagar uma suposta dívida superior a R$ 260 mil que ele mesmo cobra da entidade, em ação na Justiça Federal.
No caso concreto, se sair vitorioso no pleito de outubro no Coren, o presidente Antônio César Ribeiro irá ter a obrigação, por ordem judicial, de pagar ao enfermeiro Antônio César Ribeiro os mencionados valores. Ele entrou na disputa com a promessa de mudar a instituição, sob o argumento de que, em 42 anos de existência, nunca houve uma diretoria de oposição.
O candidato oposicionista assegura que deseja “abrir a caixa preta do Coren”, mas não revela aos cerca de 26 mil eleitores da entidade que possui uma cobrança astronômica contra a instituição, em processo 2004.36.00.007417-5, que tramita na 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). Ele faz de tudo para esconder
Antonio encabeça a chapa 2 “Coren Forte de Democrático” que vem em oposição a chapa que ele alega ser de situação.
Antonio Cesar Ribeiro venceu o processo na Justiça Federal de Mato Grosso, mas o Coren recorreu da decisão e o processo tramita em Brasília.
O Conselho de Enfermagem de Mato Grosso possui registro de 7.962 enfermeiros, 15.324 técnicos de enfermagem e 2.762 auxiliares de enfermagem, totalizando um colégio eleitoral de aproximadamente 26 mil profissionais. Quem estiver regular com a anuidade no prazo estabelecido na lei, pode votar pela internet.
Antônio César Ribeiro não atendeu nem retornou às ligações da reportagem para se posicionar sobre o fato.
A atual diretoria do Conselho Regional de Enfermagem confirmou a existência da cobrança judicial do enfermeiro Antônio Cesar Ribeiro, mas não quis dar cunho eleitoral ao tema. Apenas manifestou indignação com a tese sustentada pelo candidato da oposição quanto a afirmação de que ira abrir a ‘caixa preta’ do Coren, a Diretoria afirmou ainda que todas as ações obedecem às Leis de Licitações e são publicadas tanto no Diário Oficial do Estado quanto no Portal da Transparência não tendo como existir nenhuma caixa preta.
O procurador geral Hilomar Hiiler, do Coren de Mato Grosso, protocolizou representação no Ministério Público Federal solicitando investigação sobre possível “conflito de interesse”, no caso da candidatura de Antônio Cesar Ribeiro. A expectativa é de manifestação ministerial nos próximos dias.
