Cuiabá é uma das escolhidas para testar eficiência de vacina contra a dengue

Fonte: Página Única

A equipe do Instituto Butantan que coordena os testes na vacina contra a dengue se dividirá para iniciar a fase de análise de eficácia do imunizante em mais dois Estados do Centro-Oeste. Os técnicos estarão em Brasília (DF) e Cuiabá (MT) no dia 5 de outubro. Em Mato Grosso a doença vem se alastrando e já registrou 26.155 casos de dengue neste ano. A incidência é de 801 casos por 100 mil habitantes. Diante do aumento de casos notificados, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) reforça o alerta para a intensificação das ações de prevenção e controle da dengue, da febre chikungunya e do zika vírus aos 141 municípios mato-grossenses.

Já a partir de 19 de outubro, a vacina começa a ser testada em Recife (PE) e Belo Horizonte (MG). O calendário foi divulgado em reunião, realizada nesta segunda-feira (19) em São Paulo (SP), com representantes dos 14 centros de pesquisa que estão conduzindo os testes clínicos da vacina contra a dengue em todo o país.

A reunião contou com a presença do governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB). “Hoje estamos enfrentando este grande desafio, são anos de estudo. Última fase da 1° vacina do mundo tetravalente com dose única e contra quatro tipos de vírus, com altíssimo índice de proteção. Estamos muito otimistas”, disse o governo durante o encontro, segundo divulgou a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo.

Fase final – Os testes já começaram em dez cidades. São no total 17 mil voluntários em 13 cidades nas cinco regiões do Brasil.

As pessoas convidadas e que toparam participar o estudo são saudáveis, já tiveram ou não dengue e se enquadram em três faixas etárias: 2 a 6 anos, 7 a 17 anos e 18 a 59 anos. Todos os participantes serão acompanhados pela equipe médica por cinco anos para verificar a eficácia da proteção oferecida pela vacina.

Do total de voluntários, 2/3 receberão a vacina e 1/3 receberá placebo, uma substância com as mesmas características da vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Conforme a Secretaria de Saúde de São Paulo, órgão acima do Butantan, nem a equipe médica nem o participante saberão quais voluntários receberam a vacina e quais receberam o placebo. O objetivo é descobrir, mais à frente, a partir de exames coletados dos voluntários, se quem tomou a vacina ficou protegido e quem tomou o placebo contraiu a doença.

A vacina começou a ser produzida em 2008. Depois desta etapa, o Butantan terá de cumprir as fases burocráticas finais para começar a comercializara vacina.