Atualmente, o uso do automóvel e do ônibus poluente estão perdendo gradualmente seus lugares para modos de transporte coletivo. Nesse contexto VLT tem ressurgido.
A força do VLT tem raízes como o Cedro. No início, eram bondes. O seu nascimento surgiu nos Estados Unidos há quase 200 anos, em 1832. Os primeiros modelos eram puxados por cavalos.
Em seguida, o bonde se desenvolveu em várias cidades europeias, com técnicas de tração mecânica, a vapor, a ar comprimido ou “a água superaquecida”, até adotar energia elétrica. Tornou-se ainda mais moderno e se transformou no que hoje se convencionou denominar Veículo Leve sobre Trilho (VLT).
O VLT se impôs ao longo dos anos, porque melhor responde à lógica de um novo desenvolvimento urbano, planejamento de transportes e preocupações ambientais.
A maioria das obras de VLT realizadas na Europa e nas várias regiões do mundo, como o Rio de Janeiro, foi acompanhada por medidas de melhoria urbana: restauração de vias, criação de zonas para pedestres, reorganização dos bairros e dos espaços públicos.
Por ser um meio de transporte ecologicamente correto, seguro e confortável, o VLT continua seduzindo um número cada vez maior de cidades.
Se confrontarmos com o carro particular, o VLT pode se impor de modo confiável com sua plataforma moderna e sua prioridade nos cruzamentos.
Ele permite o compartilhamento da via entre os diferentes modos de deslocamento (inclusive com bicicleta e pedestre), possui capacidade superior a 3000 viajantes por hora por sentido, velocidade comercial média de 18 km/h a 22 km/h, regularidade, conforto elevado e o máximo de acessibilidade.
Por tudo isso, a conclusão das obras do VLT em Cuiabá é um imperativo. As autoridades mato-grossenses têm que entender a tendência das grandes cidades em desenvolver redes de transporte público substituindo lugares onde existe forte presença do automóvel.
E Cuiabá e Várzea Grande possuem juntas 1 milhão de habitantes.
Como já disse antes, não se trata de passar uma borracha sobre possíveis desvios ou erros administrativos que possam ter ocorrido, tudo deve ser apurado com rigor. Mas, paralisar a obra e não entregar esse serviço à população é um crime.
A melhor forma de valorizarmos a arquitetura e o urbanismo históricos é dar um salto à frente na modernidade
Enquanto carros e ônibus forem as únicas opções, eles vão continuar a cobrar uma conta muito alta de toda a sociedade, mais vias asfaltadas, mais espaços para estacionamentos, mais poluição.
Ao optarmos pelo VLT, podemos desde já debater com a sociedade, com ajuda dos urbanistas e arquitetos, dos estudantes, dos profissionais das várias áreas e de todos os interessados, os projetos complementares possíveis em várias áreas de Cuiabá e Várzea Grande para integrar ciclovias, vias compartilhadas, novos passeios, a reativação de praças e caminhos.
Dessa forma, o VLT poderá ser um bom empurrão para o futuro de sustentabilidade.
Os VLTs já ajudaram grandes cidades do mundo a resolver seus problemas de mobilidade.
A sua força está no povo! É a solução para atender uma das demandas mais fortes e legítimas dos protestos que se espalharam pelo país: o direito a um transporte público eficiente e de qualidade.
Com todos esses benefícios, você deve estar se perguntando: por que Cuiabá ainda não adotou definitivamente essa tecnologia?
VICENTE VUOLO é economista, cientista político e analista legislativo do Senado Federal.
vicente.vuolo10@gmail.com