Acordo entre Brasil e EUA pode ser ‘divisor de águas’ para MT

Fonte: G1 MT

Os pecuaristas de Mato Grosso veem como positivo o acordo firmado entre o Brasil e os Estados Unidos para a liberação do comércio de carne bovina “in natura” entre os dois mercados. O acordo foi fechado em Washington, durante o IX Comitê Consultivo Agrícola (CCA) dos dois países. O anúncio foi feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na sexta-feira (29).

Segundo o governo brasileiro, a expectativa é de que os embarques tenham início dentro de 90 dias, após a finalização dos trâmites administrativos. Na avaliação do superintendente da Associação de Criadores de Gado de Mato Grosso (Acrimat), Francisco de Sales Manzi, o acordo entre os dois países “é um divisor de águas” e deixa os produtores do estado com grandes expectativas para os próximos meses.

“O fato dos Estados Unidos abrirem o mercado é como um reconhecimento da qualidade da carne brasileira. Lógico que isso não vai impactar de imediato no volulme das exportações, porque, no início, o volume enviado não é grande. Mas, com essa abertura, outros países também tendem a abrir seus mercados e, com o tempo, a demanda deverá ser maior”, afirmou.

Conforme o presidente, Mato Grosso tem o maior rebanho do Brasil, com 29,1 milhões de cabeças de gado, e é o segundo maior exportador de carne do país, participando com cerca de 300 mil toneladas por ano.

“Somos o maior produtor de carne, de grãos, de pescado de água doce. Hoje, exportamos para fora do estado e para mais de 100 países mais de 90% da nossa produção de carne. Com esse acordo, as nossas exportações devem crescer ainda mais. Temos uma expectativa muito grande”, disse.

Acordo
Segundo o Ministério da Agricultura, os serviços veterinários concluíram as avaliações do reconhecimento do controle oficial de ambos os sistemas de inspeção. Agora, está previsto para a próxima segunda-feira (1º), no Palácio do Planalto, uma cerimônia em que o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, e a embaixadora dos EUA no Brasil, Liliana Ayalde, farão a troca de cartas de reconhecimento de equivalência dos controles oficiais de carne bovina.

A conclusão da negociação é importante para o Brasil não só pelo potencial de compra daquele mercado, mas também porque os EUA são uma referência para outros importadores de carne bovina in natura. As tratativas entre os dois países tiveram início em 1999, durante o segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.