Pré-candidata ao Senado é contra isolamento e diz que máscaras têm efeito imaginário

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Pré-candidata à eleição suplementar para o Senado, a cuiabana coronel da PM Fernanda (Patriota) se declara contra o isolamento social e afirma que as máscaras possuem apenas um efeito psicológico na contenção da disseminação do novo coronavírus.

Apoiada pelo presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), Fernanda faz duras críticas ao governador Mauro Mendes (DEM) e defende com veemência os ex-ministros Abraham Weintraub e Carlos Alberto Decotelli.

Weintraub deixou o cargo após diversas polêmicas, uma delas envolvendo o Supremo Tribunal Federa (STF), classificados por ele como “vagabundos”. Decotelli ficou apenas seis dias no cargo e saiu após mentir em seu currículo. Para a pré-candidata, no entanto, tudo não passa de perseguição política contra Bolsonaro.

De acordo com dados da Secretaria Estadual de Saúde, Mato Grosso registrou até o momento 24.804 infectados e 921 mortes por covid-19. O uso da máscara e o isolamento social são recomendados pela Organização Mundial de Saúde para impedir o contágio do vírus.

Veja abaixo os principais trechos da entrevista ao PNB Online:

Sobre sua candidatura ao Senado, a coronel afirma que foi convidada por Bolsonaro para disputar o pleito e declara que sua chapa será a mesma apresentada em abril, antes da suspensão da eleição por conta da pandemia. A chapa encabeçada por ela terá como 1º suplente o ex-deputado federal Victório Galli e na 2ª suplência o tenente da PM Luciano Esteves Corrêia.

“O presidente Bolsonaro já deixou claro o seu apoio. A campanha não foi feita por mim, eu fui convidada por ele para entrar nesse pleito. Então, vamos continuar juntos do mesmo jeito e estamos só aguardando as definições do TRE [Tribunal Regional Eleitoral] para que a gente possa entrar na campanha. Em abril já tínhamos feito as convenções e aí parou tudo. Se nesse período você faz algo, estará se metendo em irregularidades eleitorais. Por isso estamos aguardando para saber o que vai acontecer”.

Uso de máscara

“Eu tenho viajado muito para conhecer as cidades, e as pessoas falam que não gostam das máscaras e por isso não usam. Inclusive, se você pegar a sua máscara e levar para fazerem uma avaliação, ela vai estar contaminada. A gente passa a mão no rosto, guarda no bolso, fala com as pessoas. Eu entendo a máscara mais como uma ajuda psicológica do que realmente de proteção. Pior ainda é que a máscara usada é levada para dentro de casa. Então, eu vejo que é mais psicológica do que efetiva, até por tudo que eu venho vivendo. Não há nenhuma avaliação se a máscara realmente vai te proteger, porque o Governo não ofereceu máscara adequada para ninguém. Até para o pessoal que está trabalhando na saúde há dificuldades. Então, o cidadão começou a produzir a sua própria máscara, mas não tem nenhuma comprovação que aquele tecido vai impedir que você se contamine”.

Isolamento social

“Eu acho que tem que abrir tudo [comércios]. Porque pessoas que estão isoladas se contaminaram, como a minha mãe que estava só em casa, sem receber ninguém e foi contaminada. Casos como o dela, têm um monte. De gente que estava isolada e foi contaminada. Deveria abrir os comércios todos. A máscara não está aí pra criar um clima de maior confiança? Usem distanciamento, protocolos, álcool. O que faltou foi a participação da sociedade na formulação desses decretos. Não apoio essas medidas de quarentena porque é uma sensação de fingimento. Decretam lockdown e fingem que está todo mundo preso em casa, mas não está. Estão fazendo o cidadão de bem se sentir marginalizado. A população está em desespero, mas os bandidos não, eles continuam fazendo assaltos, o traficante continua vendendo drogas e eles estão gastando dinheiro para fiscalizar se o cidadão está dentro de casa”.

Kit-covid

A pré-candidata afirmou que foi infectada pela covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus, assim como toda sua família [marido, quatro filhos e familiares] e boa parte de membros da igreja que frequenta. Ao todo, segundo ela, foram 60 pessoas próximas infectadas.

Ainda que não acredite na eficácia do uso de máscaras e isolamento social, ela defende o uso de medicamentos que não possuem comprovação científica alguma de que possam curar a covid-19. O kit-covid utilizado precocemente é formado basicamente pelos remédios Azitromicina, Ivermectina, Hidroxicloroquina, Prednisolona e anticoagulantes.

“Eu fiz uso dos medicamentos. Eu peguei a covid no começo de junho. Estou há cerca de 20 dias curada. Minha família inteira pegou, minha igreja toda. Foram mais de 60 pessoas e todos nós fizemos uso do kit e todos ficamos bem, com exceção de duas pessoas desse grupo. Eu perdi totalmente o olfato e percebi que tinha sido infectada quando fui fazer o almoço e não sentia cheiro de nada, e queimou toda a minha comida. Não tem uma comprovação científica? Mas se não tem outro, vamos nele. Tem pessoas que tomaram e se curaram, porque como está não dá pra ficar. Se não mudarem isso, vai morrer muito mais gente”.

Sentimento de perseguição

“Estamos vivendo um governo novo que vai fazer dois anos e estávamos em uma estrutura que vinha sendo comandada há mais de 20 anos pela esquerda. Toda e qualquer pessoas que for pra lá e tiver um pensamento conservador, um pensamento de direita, ele vai ter dificuldades de se manter. Não adianta você ser indicado pelo governo e mandar. Os seus assessores também precisam ter uma proximidade das suas ideias. Lá no Ministério da Educação e da Saúde o pensamento contrário é a maioria”.

“Em relação ao Weintraub, eu entendo que ele saiu em detrimento do sistema, e não pelo ministério em si, porque hoje todos que defendem as ideias conservadoras, da direita, o Bolsonaro, estão sendo penalizados. Sobre o Decotelli, eu acredito que ocorreu da mesma forma, porque nós já tivemos um presidente da República que não sabia ler [ex-presidente Lula], a Dilma [ex-presidente Dilma Rousseff] não sabia falar uma frase e ninguém questionou isso. Os ministros do Bolsonaro têm sido atacados por questões pessoais, por conta da ideologia que defendem”.

A eleição

A pandemia adiou a data das eleições no país e, agora, a largada para o início da campanha eleitoral este ano ocorre em 26 de setembro, quando se inicia a propaganda eleitoral no rádio, na tevê e na internet. A votação será em 15 de novembro, ou seja, serão 44 dias para que os partidos projetem seus candidatos a prefeitos e vereadores ao eleitorado. O eventual segundo turno ocorre 14 dias depois, em 29 de novembro.

Além de ser uma campanha a jato, em Mato Grosso o corpo a corpo entre os candidatos e os eleitores devem ser praticamente extintos por conta da pandemia do novo coronavírus. O Estado é tido como o epicentro da contaminação. Mesmo que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não tenha proibido as reuniões presenciais, a orientação é que ocorram de forma virtual, inclusive as convenções partidárias.

À época, eram candidatos ao Senado: o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT); o ex-governador Júlio Campos (DEM); a coronel Fernanda (Patriota); Reinaldo Morais (PSC); Gisela Simona (Pros); Valdir Barranco (PT); Nilson Leitão (PSDB); Procurador Mauro (Psol); Feliciano Azuaga (Novo); José Medeiros (Pode); Elizeu Nascimento (PSL) e Carlos Fávaro (PSD).

Fonte: PNB Online