Renovação de contrato abre caminho para ferrovia em MT

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A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprovou, nesta terça-feira (26), a renovação antecipada do contrato de concessão da Rumo Malha Paulista. A assinatura dos termos deverá acontecer nesta quarta-feira (27), no Ministério da Infraestrutura.

Presidente da Frente Parlamentar de Logística e Infraestrutura (Frenlogi), o senador Wellington Fagundes (PL-MT) foi convidado a participar da reunião colegiada e celebrou o ato como “um marco histórico” para Mato Grosso.

A renovação do contrato impacta inicialmente sobre o escoamento da produção de grãos e de produtos da cadeia animal em Mato Grosso e também, segundo o senador do PL, “abre caminho para a concretização do grande sonho da população”, que é a chegada dos trilhos até Cuiabá e depois para o Norte do Estado, atingindo as principais regiões produtoras.

“Será a materialização – como se diz em Mato Grosso – da ferrovia avançando para dentro da roça para escoar com mais competitividade a nossa expressiva produção de grãos” – comemorou.

O novo contrato vai permitir a antecipação de investimentos que visem à mitigação dos conflitos urbanos existentes na malha paulista, o que aumentará a capacidade de carga transportada.

Estão previstos R$ 6,3 bilhões para a realização de intervenções urbanas (R$ 2,6 bilhões), melhoria da infra e da superestrutura ferroviária existente (respectivamente, R$ 822 milhões e R$ 2,2 bilhões) e aquisição de locomotivas e vagões (R$ 1,1 bilhão para cada), entre outros investimentos de valores menores.

Sem a realização de investimentos imediatos, a demanda ficará restrita a 30 bilhões de toneladas por quilômetro-útil até o ano de 2029. Agora, com a melhoria a demanda deve crescer já a partir deste ano, chegando a aproximadamente 44 bilhões de toneladas por quilômetro em 2024 e estabilizando nesse valor até o final da concessão.

Atualmente, o tempo médio de percurso, segundo o senador, no lado da Malha Norte é de 25 horas e 20 minutos.

Por outro lado, o tempo percorrido, na Malha Paulista, é 59 horas e 44 minutos, o dobro devido principalmente aos gargalos no trecho de Campinas até Santos principalmente.

Já o consumo médio de diesel, por um milhão de tonelada, enquanto na Malha Norte, que é esse trecho de Rondonópolis até Aparecida do Taboado, é de 2,8 litros, na Malha Paulista é de 4,1, também aproximadamente quase o dobro.

Portanto, no atual cenário não existiria a possibilidade de avançar os trilhos em Mato Grosso, porque a malha paulista está operando com sua total capacidade.

Estudos realizados pela Empresa de Planejamento de Logística (EPL), indicaram que a extensão da ferrovia de Rondonópolis até Cuiabá deve aumentar a capacidade de escoamento do modal em 8 milhões de toneladas por ano. A capacidade atual é de 15 milhões de toneladas.

Na reunião da ANTT, Wellington fez questão de ressaltar que que a ferrovia Vicente Vuolo tem papel estratégico para Mato Grosso e para o Brasil.

Mais tarde, em pronunciamento no Senado, Wellington ressaltou que a renovação antecipada do contrato da Rumo Malha Paulista deve significar também um grande passo para o fortalecimento do modal ferroviário no Brasil.

Ele lembrou que o Brasil já teve quase 40 mil quilômetros de ferrovia e, hoje, a malha ferroviária situa-se no mesmo patamar de 100 anos atrás, com pouco mais de 30 mil quilômetros – 1/3 construída ainda na época do império.

Fonte: Diário de Cuiabá