A chegada dos trilhos da Ferrovia Senador Vicente Vuolo (Ferronorte) até Cuiabá será o tema principal de um encontro, que será realizado na sexta-feira (24.03), às 09h, no auditório da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt). O evento é realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), em parceria com o Fórum Pró-Ferrovia em Cuiabá, e irá reunir membros da sociedade civil organizada, representantes de sindicatos e lideranças políticas.
O evento contará com a presença do secretário da Sinfra, Marcelo Duarte, do representante do Ministério dos Transportes, Anderson Moreno Luz, do presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso, Jandir Milan e prefeitos dos municípios que compõem o Vale do Rio Cuiabá.
A expectativa do Fórum é intensificar a articulação política junto à Presidência da República para executar o projeto de expansão do ramal, a partir do município de Rondonópolis até Cuiabá, e, posteriormente até Sorriso. Na ocasião será lançada a campanha “Ferrovia Traz”, apresentando os benefícios que a ferrovia proporciona para a sociedade.
O Presidente do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo, afirmou que a expansão da Ferrovia até Cuiabá provocará uma redução de gastos com frete e atrairá indústrias para a região metropolitana. Além disso, pontuou que a capital de Mato Grosso oferece vantagens que justificam essa expansão, como um entroncamento rodoviário significativo, hidrelétricas, aeroporto, gasoduto e porto seco.
“A intenção é promover um grande debate para sensibilizar sobre as vantagens econômicas e financeiras para Mato Grosso. Outro objetivo é tratar do avanço que os trilhos da Ferronorte trarão para todos os municípios do Vale do Rio Cuiabá, e não somente à capital, com destaque às indústrias que podem vir a se instalar na região metropolitana, os empregos que podem ser gerados, e, principalmente, o estimo ao desenvolvimento socioeconômico”, citou Francisco Vuolo.
O secretário da Sinfra, Marcelo Duarte, explicou que a discussão tem sido ampliada após a edição da Medida Provisória 752/2016, que visa estimular as concessões no país, e, entre as ações, prevê a antecipação dos contratos de concessões de ferrovias e a destinação de investimentos na própria malha ou naquelas de interesse da administração pública.
Malha Paulista
O Governo Federal discute a prorrogação antecipada por mais 30 anos (2018 – 2058) da concessão da empresa Rumo ALL, responsável pelo trecho da Malha Paulista que se conecta a Malha Norte que chega a Rondonópolis.
No dia 15 de março, o governador de Mato Grosso, Pedro Taques, recebeu apoio do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, na luta pela expansão e chegada dos trilhos da ferrovia até a capital Cuiabá.
De acordo com Taques, a renovação da Malha Paulista, a concessionaria da Ferrovia Senador Vicente Vuolo vai ter maior capacidade de investimentos, garantindo assim que valor da outorga seja aplicado na construção dos trilhos até a capital.
Na prática, o valor proveniente da taxa de outorga da Malha Paulista seria suficiente para implantar o melhor traçado da ferrovia Rondonópolis/Cuiabá, cujo valor apresentado foi de R$ 1.360.000.000,00. Ou seja, o valor não seria pago diretamente a União, mas sim utilizado pela própria concessionária em projeto de expansão da malha ferroviária.
O governo federal tem entendido e já autorizou a utilização de recursos de outorga na realização de investimentos na própria malha ou naquelas de interesse da administração pública. Na prática, justifica o pleito do Governo de Mato Grosso. O Estado que busca a possibilidade de destinação dos recursos de outorga – advinda da prorrogação antecipada da concessão da Malha Paulista – para a construção do trecho ferroviário Rondonópolis/Cuiabá.
Estímulo ao agronegócio
O terminal intermodal de cargas de Rondonópolis foi inaugurado em setembro de 2013. Existem outros três terminais: Alto Taquari, Alto Araguaia e Itiquira. Esta é a única ferrovia de Mato Grosso.
As 16 entidades que compõem o Fórum Pró-Ferrovia em Cuiabá apresentaram ao governador estudos produzidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Eles comprovam a viabilidade do modal logístico passar em Cuiabá e, posteriormente, conectar o ramal ao Norte do estado. Dessa forma, será possível aumentar o escoamento da produção agrícola, que deve crescer nos próximos anos, passando das atuais 50 milhões de toneladas de grãos para 90 milhões.