A Concessionária Rumo ALL, que detém a concessão da malha ferroviária em Mato Grosso, confirmou que vem estudando o projeto de expansão dos trilhos até Cuiabá e depois, até Sorriso, no médio-norte, em virtude das solicitações do Governo de Mato Grosso e de diversas entidades estaduais, que demonstram interesse na obra por sua importância para o Estado. Contudo, dados sobre capacidade, demanda e investimentos ainda não foram definidos.
Segundo estimativas, a ampliação dos trilhos de Rondonópolis a Cuiabá e, posteriormente, até Sorriso, como está sendo estudado, deverá demandar R$ 5 bilhões em investimentos no total. Os trilhos da Ferrovia Senador Vicente Vuolo chegaram a Mato Grosso em 2000, com a inauguração do terminal de Alto Taquari, e avançaram até Rondonópolis, em 2013. No total, o trecho entre Rondonópolis e Sorriso terá cerca de 600 km.
De acordo com o presidente do Fórum Pró-Ferrovia, Francisco Vuolo, os benefícios que poderão surgir com os trilhos até Cuiabá e, posteriormente Sorriso, são imensuráveis. “Basta analisar o impacto positivo que a chegada da ferrovia trouxe aos municípios que tiveram seus terminais instalados, como Alto Araguaia e Rondonópolis. A movimentação econômica aumentou, muitas empresas se instalaram, terras valorizaram e novos postos de trabalho surgiram”.
Diversas empresas atuam no terminal ferroviário de Rondonópolis, considerado o maior da América Latina, representando em aumento de arrecadação ao poder público. Atualmente, segundo o Município, mais uma indústria do setor de fertilizantes está em fase de implantação no local, que se juntará com as demais empresas na área de logística, fertilizantes, esmagamento de soja, produção de biodiesel, distribuição de combustível, entre outras.
Francisco Vuolo acredita que, para Cuiabá, os benefícios serão ainda maiores, pois a cidade é o centro consumidor do Estado, o que permitirá um fluxo de produtos a serem transportados de São Paulo para Mato Grosso, a chamada carga de retorno. “E esse fluxo, com certeza, trará produtos industrializados de valor agregado”, diz. “Hoje os vagões vão cheios e voltam vazios”.
Outro ponto destacado por Francisco é que, com a chegada do trem em Cuiabá, será possível ainda explorar o transporte de passageiros entre a capital e Rondonópolis, promovendo uma integração social entre as duas cidades, conforme indicado nos estudos de viabilidade.
“Essa tarefa de transporte de longos percursos, com riscos maiores aos caminhoneiros de acidentes, roubos e menor segurança, não cabe ao transporte rodoviário e, sim, ao ferroviário ou hidroviário. Por isso, teremos os caminhões fazendo as curtas distâncias, viajando na mesma intensidade, e os trens nas longas distâncias”, defende.