O desafio é grande, o prazo é curto e os recursos são poucos pelo tamanho da demanda. Mesmo assim, o secretário de Infraestrutura e Logística de Mato Grosso, Marcelo Duarte, aposta todas as fichas que em 19 meses sua secretaria construirá 100 pontes de concreto para botar fim às pontes de madeira nas rodovias estaduais, sem que essa missão atrapalhe a execução de outros projetos rodoviários em curso ou elaboração. “A determinação que recebi do governador Pedro Taques foi curta e grossa: faça as pontes; portanto, eu e minha equipe temos que correr atrás para fazê-las”, comenta.
Um dos gargalos do transporte rodoviário em Mato Grosso é a falta de pontes de concreto, que em alguns casos resulta na utilização de balsas para a travessia de rios. O governo reconhece essa realidade e por quase dois anos lutou para conseguir financiamento que lhe permitisse levar adiante o programa Pró-Concreto da Secretaria de Infraestrutura e Logística (Sinfra). A Secretaria do Tesouro Nacional autorizou o Banco do Brasil a liberar R$ 470 milhões de uma linha de crédito com parcelas de pagamento em até 20 anos. Esses recursos, segundo Marcelo Duarte, permitirão a construção de 100 pontes que juntas terão a extensão aproximada de 4,5 quilômetros. A meta é fazê-las em 19 meses, ou seja, até o final do mandato do governador Pedro Taques, em 31 de dezembro de 2018.
O secretário comemora o aporte de recursos. “Com ele (o financiamento) o governo Pedro Taques fará uma verdadeira revolução no transporte rodoviário. Vejam bem que em 77 anos Mato Grosso construiu 300 pontes de concreto, e o nosso governo em menos de dois anos construirá 100 pontes, o que representa um terço de todas as pontes ora existentes”.
A substituição das pontes de madeira pelas de concreto inclui rodovias pavimentadas e sem pavimentação, pois até então nem sempre a ponte foi incluída no asfaltamento; por outro lado há estradas sem pavimento, porém com pontes de concreto. Em alguns casos as novas pontes chegarão antes do asfalto; em outros, concluirão obras inauguradas e entregues ao tráfego em várias regiões.
Marcelo Duarte cita alguns gargalos de rodovias pavimentadas que esperam por pontes de concreto: a MT-419 entre Guarantã do Norte e Novo Mundo tem uma ponte de madeira sobre o rio Braço Norte e outra sobre sua vazante, no limite daqueles municípios. Ainda restam 12 quilômetros para serem pavimentados na Serra Apiacás, na rodovia MT-208 entre Alta Floresta e o trevo para Nova Bandeirantes e nenhuma ponte ainda foi construída no percurso. O governo pavimentou a MT-320 entre Nova Santa Helena e Marcelândia, mas as pontes de madeira não foram substituídas.
Com as obras do Pró-Concreto a malha rodoviária estadual mato-grossense será a primeira do Centro-Oeste e da Amazônia Legal com todas as pontes de concreto. Esse avanço dará mais segurança ao transporte, principalmente ao transporte pesado, que enfrenta problemas com a limitação de peso sobre pontes de madeira. Com as obras previstas, Marcelo Duarte acredita que “o governo sepultará definitivamente as balsas que fazem a travessia em vários rios, como na MT-326 entre Nova Nazaré e Cocalinho”.