O governador Pedro Taques participou nesta terça-feira (06.06) do Ciclo de Palestra da Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL-Cuiabá). Na oportunidade, o chefe do Poder Executivo Estadual, destacou que no momento de crise é necessário trabalhar com prioridade. Destaca que mês a mês, mesmo diante das dificuldades, o governo tem conseguido pagar o salário dos servidores em dia e feito investimentos importantes em setores estratégicos para o crescimento.
Aos empresários, Taques comparou o Estado com uma grande empresa, mas que precisa respeitar algumas peculiaridades. Destacou que com o orçamento de R$ 18 bilhões em 2017, a “maior empresa de Mato Grosso”, paga por mês, cerca de R$ 600 milhões em salário aos servidores. “Não posso atrasar o pagamento porque é uma alta quantia que circula pelo comércio e ajuda a manter nossa economia”, disse.
Taques falou que uma alternativa no ápice da crise foi de cortar gastos, conta que reduziu o número de cargos comissionados para o menor dos últimos anos e fez ajuste na máquina para evitar desperdícios, foram economizados R$ 800 milhões com as medidas. No entanto, as medidas ajudaram, mas ainda não foram suficientes frente aos gastos que o Estado tem. Detalhou que anualmente é preciso pagar mais de R$ 1 bilhão para a União, referente aos empréstimos e renegociações feitas ao longo dos anos, principalmente no período que antecedeu a Copa do Mundo de 2014.
Segundo Taques, para buscar um alívio no caixa, o Governo de Mato Grosso já prepara uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para limitar os gastos do Estado à inflação oficial registrada no ano anterior. A medida deve valer por 10 anos. Como contrapartida à adoção da PEC, o Estado deixará de pagar, em um primeiro momento, as dívidas com a União e terá o saldo renegociado, como prevê a Lei Complementar 156/2016, que estabelece o Plano de Auxílio aos Estados e ao Distrito Federal e medidas de estímulo ao reequilíbrio fiscal.
No encontro com os empresários, o governador lembrou que pediu uma economia dos Poderes em 15% para o orçamento de 2017. No entanto, não conseguiu a aprovação da medida na Assembleia Legislativa. Caso a PEC seja aprovada, também valerá para os gastos dos outros Poderes.
Medidas de superação
Segundo o governador, em 2015 de cada R$ 100 que entraram no caixa do Estado, R$ 3 foram usados em investimentos. No ano de 2016, a situação complicou e de cada R$ 100, foram usados R$ 0,48 para investimentos. “Isso significada nada, mas mesmo assim nós temos importantes dados para apresentar como a diminuição dos indicadores de violência, em infraestrutura e educação”, disse.
Taques destacou que os investimentos realizados em infraestrutura e comparou com os que foi realizado de 2010 a 2014, neste período, o Estado fez 890 quilômetros de pavimentação. Enquanto isso, a atual gestão pavimento 1.430 quilômetros em 24 meses.
Mesmo com a forte crise, Taques avalia que Mato Grosso não esta quebrado, mas que passa, momentaneamente, por um problema de fluxo de caixa que será normalizado num futuro breve com as medidas de austeridade que vem sendo tomadas e com as de estímulo a economia local.
Entre as medidas de estimulo a produção local, Taques destacou o programa Pró-Leite, o Pró-Mineração e o Pró-Madeira, todos com incentivo à verticalização da produção para a geração de emprego e renda. Segundo Taques, o trabalho agora também se dá no sentido de atrair investimentos para o estado com empresários de outros estados e de outros países.
Do staff do Estado participaram do evento os secretários Max Russi (Setas), Ricardo Tomzcyk (Sedec) e o secretário-adjunto de Turismo da Sedec, Luis Carlos Nigro. Atenderam ao convite do presidente da CDL, Nelson Soares Junior.
Também participaram do evento o conselheiro tributário da OAB MT, Carlos Roberto Montenegro; o presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Mato Grosso (FACMAT), Jonas Alves; o presidente CDL Rondonópolis, Neles Walter Ferreira de Farias; o presidente da Federação da Câmara de Dirigentes Lojistas (FCDL), Ozair Bezerra; o presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (FIEMT), Jandir Milan; o presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Mato Grosso (CRC-MT), Silvia Mara Leite Cavalcante; o presidente Fecomércio, Hermes Martins da Cunha; o secretário de Cultura de Cuiabá, Francisco Vuolo; o suplente de deputado estadual, Carlos Avalone; o deputado estadual, Oscar Bezerra.