Rumo aos 300 anos, Cuiabá segue com projetos de revitalização e implantação de programas que atraiam novos empreendimentos para o município. Por outro, a cidade ainda enfrenta problemas que a tornam pouco competitiva, tais como não ser um polo produtor do Agronegócio.
Saída para isso é a atração de agroindústrias, que beneficiem a produção agrícola gerada no Estado. Para que este propósito seja uma realidade, a gestão municipal tem tentado municipalizar o Distrito Industrial de modo a garantir facilidades para empresas que queiram se instalar na principal cidade de Mato Grosso.
Na entrevista desta semana, o secretário municipal de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Vinícyus Hugueney, fala dos desafios e do esforço em colocar Cuiabá nos trilhos da modernidade e da inovação, em concomitância a geração de emprego e qualificação da mão de obra.
Confira a entrevista na íntegra:
O que a Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Econômico de Cuiabá tem feito para que a Capital seja um ambiente atrativo para novos investimentos?
Uma das principais ações é a municipalização do Distrito industrial para a gestão do Prefeito Emanuel Pinheiro e da Secretaria reorganizar/ ofertar aos empresários empreendedores, com parceria a Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), onde nos 300 anos vamos receber uma feira Internacional de Saneamento que nunca esteve em Cuiabá. Serão mais de 50 stands na área de tecnologia, com potencial de instalação em Cuiabá. Estamos em revisão e melhoria com o PRÓ CUIABÁ, programa de incentivos nos município buscando empresas de transformação. Lembrando que quatro empresas estão na fila de espera por esses novos incentivos, com previsão de abertura de aproximadamente mil vagas de emprego na Capital. Temos também projetos na área de turismo, com a reestruturação da Feira do Porto, junto com a Orla. Quanto a agricultura, estamos agindo fortemente com os convênios, projetos barracão do produtor, bacias leiteiras, com produção do interior com os programas junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Outra ação da Secretaria é a qualificação de mais de quatro mil pessoas para o mercado de trabalho, a serviço das indústrias.
Quanto à crise, o munícipio inicia um período de estabilidade com um crescimento da economia local.
Apesar de Mato Grosso ser um Estado de forte predominância do agronegócio, este é um setor que ainda está pouco presente na Capital. Uma saída viável apresentada pelo próprio setor para Cuiabá é a implantação de agroindústrias. O que o senhor tem articulado para que isso seja uma realidade na cidade? Essa é uma preocupação da Secretaria da qual o senhor é titular?
Sim, tanto é umas das prioridades da Secretaria que está em fase de nomenclatura para Secretaria de Agricultura, Trabalho e Desenvolvimento Econômico. Estivemos em reunião com o Estado, buscando a Municipalização da Gestão do Parque Industrial a fim de promover um reordenamento espacial do mesmo, permitindo gerar condições para instalação de indústria do agronegócio. A Secretaria também, desde o início da atual gestão, vem buscando fortalecer a produção do cinturão verde, de forma a qualificar a agricultura familiar resultando produtividade em larga escala. Está em fase de projeto uma proposta de implantação de produção de Usina de Etanol com base na agricultura familiar, além de reuniões e visitas a grupos do agronegócio e de indústria de tecnologia e transformação.
Embora a economia já começa a dar sinais de recuperação, sabe-se que os municípios sentiram fortemente os efeitos dos momentos turbulentos que infligiram o país. Como está Cuiabá a em relação à crise econômica? Quais expectativas para este segundo semestre e para os próximos anos?
Cuiabá, em relação às demais capitais do País, apresentou um dos menores impactos quanto à retração na geração de emprego. Apesar das atuais circunstâncias que vive o País, conforme Departamento Intersindical de Estática e Estudos Socioeconômicos (Diese), no mês de Julho de 2017, teve saldo positivo 0,25% de crescimento de emprego formais. Isso demonstra que o munícipio inicia um período de estabilidade com um crescimento da economia local.
A Cuiabá dos 300 anos será mais humanizada, com projetos que resgatem a cultura da cidade.
Qual legado está sendo planejado para Cuiabá dos 300 anos? Quais projetos estão em andamento?
A Cuiabá dos 300 anos projetada pela atual gestão possui na Sede dos 300 anos o compromisso e a responsabilidade de transformar o município de Cuiabá em uma cidade moderna e humanizada, com projetos de infraestrutura e transporte e resgaste cultural do município. Em compromisso com este projeto, a Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Econômico vem atuando também em transformar a cidade com projetos e obras tais como: Revitalização do Feira do Porto, Reforma e Recuperação do Mercado Municipal Central, Ampliação e Modernização da Central de Distribuição de Alimentos com a construção de novas estruturas mediante convênios Com MAPA (Ministério Agricultura Pecuária e abastecimento). A secretaria também, esta elaborando projetos de mapeamento urbano, visando reordenamento de regularização dos comercio de rua, promovendo qualidade, aos serviços prestados assegurando aos comerciantes, continuidade aos serviços prestados. A Secretaria promove também, a implantação dos banheiros químicos nas feiras livres do município, em detrimento ao uma demanda antiga demonstrando o respeito a essa classe trabalhadora.
Falando em legado, sabe-se que VLT é um modal que traria uma nova configuração para a mobilidade urbana da Capital. Qual a expectativa do senhor em relação ao VLT? A execução das obras e operação do modal é viável?
Desde o início dos estudos, meu pai, Clovito Hugueney, em memória, já questionava essa viabilidade do modal. Esse posicionamento, ao qual eu também compartilho se revela em quatro anos sem o projeto sair do papel por diversos fatores torna-se claro que este modal desde o início não foi pensando e planejado respeitando Cuiabá e o município de Várzea Grande. Com tudo, a expectativa é que essa situação seja resolvida, e os moradores de Cuiabá e Várzea Grande possam receber o serviço de transporte urbano com qualidade e que funcione.
Ainda existe um forte potencial econômico a ser explorado em Cuiabá, a agroindústria é exemplo disso.
Quais são as principais metas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Cuiabá e quais meios estão utilizados para conquistar estas metas?
Promover a qualificação da sociedade oportunizando uma melhor qualidade de vida, fomentar e fortalecer a agricultura familiar e sempre buscar melhorias que urbanizem a cidade e inclua novas tecnologias na vida das pessoas. Para conquistar isso, temos alinhado esforços com todas as secretarias do município e com outros poderes, para garantir que a transformação social seja uma realidade.
Quanto ao cenário politico de 2018. O senhor se candidataria a deputado estadual? Existe essa possibilidade?
Fui eleito a vereador pelo município de Cuiabá sendo convidado pela gestão Emanuel Pinheiro a assumir a Secretaria Municipal de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, com objetivo de fomentar e alavancar o desenvolvimento econômico municipal de forma humanizada moderna e inovadora. A esta Secretaria cabe responsabilidade de ajudar a transformar o município de forma organizada. Esta missão a qual me foi confiada é o foco do meu trabalho e toda minha equipe hoje.
Entre as obras de relevância para a Capital está a reforma da Feira do Porto. Como esta o andamento deste projeto? Quanto custará? Quais as fontes dos recursos? E qual é a previsão de ser entregue esta obra? O que vai ser melhorado?
O projeto está praticamente concluído e apresentado à sociedade pelo Prefeito Emanuel Pinheiro e por mim. A obra está orçada em mais de R$ 12 milhões, sendo que R$ 4 milhões foram concedidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com apoio do Ministro Blairo Maggi e Secretário de Politicas Agrícolas, Neri Geller do mesmo Ministério, permitindo a realização desse sonho. O restante do orçamento provém de emenda parlamentar de Deputados Federais por Mato Grosso e uma parcela financeira do Governo do Estado de Mato Grosso. A obra tem previsão de entrega em 2019 no aniversário do município e contará com revitalização dos boxes, inclusão do 2º pavimento, ampliação da área do estacionamento e melhoria do espaço para atendimento aos clientes que frequentam o local.
O que falta a Cuiabá para ser uma cidade competitiva do ponto de vista empresarial, principalmente em relação às indústrias?
Cuiabá possui um potencial ainda desconhecido nacionalmente, estamos próximos das grandes produções agrícolas, estamos localizados em uma região com potencial de escoamento para todas as regiões: Norte, Sul, Leste a Oeste. Estas características do município proporcionam a instalação de indústrias de tecnologia, transformação e agro industriais, e o que nos barra a crescer ainda mais é a politica nacional de logística que ainda se comporta prematuramente por não explorar de forma consolidada os demais modais de transporte (ferrovia e hidrovia). O que compete ao município de Cuiabá já vem sendo realizado como buscar parcerias com o governo federal e o setor privado. A atual gestão tem trabalhado fortemente em apresentar todo potencial produtivo que Cuiabá possui e tem atraído confiança dos grupos empresariais do Brasil e do exterior, exemplo disso é a agenda no exterior do prefeito em reuniões com investidores estrangeiros.