O secretário estadual das Cidades (Secid), Wilson Santos (PSDB), garante que o Centro Oficial de Treinamento (COT) da UFMT será entregue antes do Natal, em dezembro. A obra está 85% concluída e o custo passa dos R$ 20 milhões, segundo Wilson. O COT, no entanto, começou a ser construído em 4 de março 2013 e deveria ter sido entregue antes da Copa de 2014.
“Se deus quiser, se não chover, até o final do ano Cuiabá terá mais esse presente. Se Deus quiser no Natal, vai ser um presente para a Universidade”, afirma o tucano, durante vistoria na manhã desta sexta (25).
Para Wilson, os atrasos consecutivos se devem a problemas financeiros, tanto do governo e quanto da empresa que executa a obra, a Engeglobal. Além disso, também atribui o fato ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) sofrido pela reitora da UFMT, professora MyrianSerra, em dezembro passado. As obras no local foram retomadas em abril.
Em contrapartida, a compra de uma pista emborrachada na Itália, a ser instalada no centro de treinamento, é sinal de que a obra está andando e poderá ser finalizada. Essa pista será construída em duas etapas, sendo uma realizada pelo governo e outra pela UFMT. A parte do governo é a base do concreto avaliada em R$ 1,5 milhão. O restante é referente à parte de tecnologia, em tese a mais cara, e de responsabilidade da UFMT. O valor, contudo, não foi obtido até a publicação desta reportagem.
“O grande gargalho aqui, a grande dificuldade, é a implantação da pista emborrachada. Essa pista foi comprada na Itália, o fabricante pediu 90 dias para entregar. Enquanto ela não chega, nós vamos terminando os serviços preliminares”, completa.
Conforme o secretário, a pista é a mesma usada no Estádio Olímpico Nilton Santos, conhecido como Engenhão, no Rio de Janeiro, e será a primeira emborrachada em Cuiabá. Wilson conta que trabalham na obra cerca de 30 homens, que refazem alguns serviços, sendo um deles 10% referentes à pista. Pondera que a pista é uma parte delicada. Terá 400 metros de comprimento.
De acordo com a Secid, a parte de drenagem da obra já está finalizada e tiveram início os serviços de terraplanagem para instalação da pista emborrachada, que tem consultoria da empresa Playpiso, especializada nesse tipo de obra.
“A pista primeiro tem de ser certificada. Então, os órgãos de certificação são extremamente exigentes. Altimetria, espessura, qualidade do material. Por exembplo, agora nós estamos refazendo toda a canaleta. A canaleta feita não passou pelas exigências. Tivemos que quebrar e refazer”, explica.
Segundo o secretário, a estrutura que está sendo finalizada diz respeito, além da pista, à eletricidade, término dos banheiros, drenagem e vestiários. “Vamos entregar com iluminação também”, diz.
Alexandra Lopes
Secretário Wilson vistoria as obras do COT da UFMT e diz que será entregue até o Natal
Vice-reitoria
O vice-reitor da UFMT, Evandro Soares, atribui a demora na entrega à burocratização nos processos licitatórios e também ao não cumprimento do cronograma físico e financeiro. Ele ressalta ainda que os alunos foram prejudicados, devido ao fato de não existir um local apropriado para a prática de esportes. “Estes são os principais entraves. A obra tem um projeto arquitetônico que se inspira em características indígenas. Aqui já era um campo de futebol. Os alunos acabam sendo prejudicados, mas com o COT, as atividades esportivas, serão realizadas em lugar melhor.”
O COT é construído ao lado do Ginásio Poliesportivo da UFMT, é idealizado pelo arquiteto e professor da instituição, José Afonso Portocarrero. O Centro conta com capacidade para 1,5 mil torcedores, campo de futebol, além de instalação das estruturas e arquitetura, fundações, terraplanagem, drenagem, pavimentação, estrutura metálica, instalações hidrossanitárias, elétricas, telecomunicações, luminotécnica, climatização e ventilação, prevenção e combate a incêndio, paisagismo, gramado e comunicação visual.
COT do Pari
O COT do Pari, no entanto, terão as obras retomadas só no ano que vem, por falta de dinheiro. “Faltaram recursos financeiros. Nós resolvemos terminar o COT da UFMT”, explica Wilson.
A construção teve início em outubro de 2013 e deveria ser concluída em maio de 2014, um mês antes dos jogos da Copa. Em 2013, a obra de R$ 25,5 milhões teve o valor do contrato aditado em R$ 1,3 milhão elevando o custo para R$ 26,8 milhões. Quase três anos depois, o projeto passou a valer R$ 31,7 milhões, segundo informações dadas em 2015 pela extinta Secopa, devido aos aditivos concedidos ao Consórcio do Pari.