A prefeitura de Cuiabá deu início a mais uma obra centro histórico, desta vez é a da Escadaria do Beco Alto, entre as Ruas Pedro Celestino e Ricardo Franco. Esta é mais uma obra contemplada pelo Programa de Aceleração do Crescimento – PAC Cidades Históricas, que começou pela Praça Senhor dos Passos e pela Praça Dr. Alberto Novis. As obras na Escadaria do Beco Alto tiveram início na última quarta-feira (17).
As cinco obras de requalificação arquitetônicas do PAC Cidades Históricas estão sob a supervisão da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, e seguem um ritmo acelerado de trabalho. As praças Senhor dos Passos e Dr. Alberto Novis tiveram suas ordens de serviço dadas simultâneamente. Com o início das obras na Escadaria do Beco Alto, as próximas serão as das Praças Caetano de Albuquerque, no calçadão da Galdino Pimentel e a da Mandioca, na Rua Pedro Celestino.
Para a prefeitura de Cuiabá as praças são locais de beleza e memória, que constituem a alma da uma cidade. Muitas delas carregam marcos que simbolizam períodos ou momentos significativos para a sociedade, como por exemplo, as obras que fazem parte das praças Senhor dos Passos e Gabriel Novis. Para sanar qualquer tipo de dúvida com relação ao destino das obras após a revitalização destes locais, o secretário de Meio Ambiente, Juarez Samaniego falou sobre o assunto.
“Seguindo as determinações do Prefeito Emanuel Pinheiro, as duas obras – estátuas -, da Praça Senhor dos Passos, do escultor Jonas Corrêa, que retrata a chacina do ‘Beco do Candeeiro’ e a escultura da praça Dr. Alberto Novis, do artista Paulo Pires, da coletânea ‘Sociedade de Pedra’, não serão retiradas do local nem mesmo durante as obras! Estamos trabalhando na possibilidade de readequação do projeto para que não tenhamos nenhum dano na história, na cultura ou patrimônio da cidade. Desde de já quero dizer aos artistas e sociedade em geral que não se preocupem que estamos tratando estas esculturas com o devido respeito que elas merecem” assegurou o secretário.
As obras das praças Senhor dos Passos e Alberto Novis passaram pelo estudo arqueológico para que os serviços realizados tenham a garantia da preservação do patrimônio cultural, no caso, a localização de objetos do passado, que identificam os costumes de determinada época. No Brasil existe uma legislação de proteção ao patrimônio arqueológico que diz que antes da construção de determinadas obras é preciso fazer um diagnóstico arqueológico da região.
“Estamos executando um trabalho de arqueologia acompanhando as escavações e a remoção do entulho pela empreiteira que está realizando a obra. O centro de Cuiabá é uma região que foi ocupada há milhares de anos por diferentes civilizações, sendo que as mais remanescentes, antes da chegada do homem branco, foram os Bororós. Por isso a possibilidade de se encontrar objetos importantes para o registro histórico e posteriormente, a sua preservação agreguando valores ao município, é muito grande”, esclarece Lucas Hirooka, arqueólogo da empresa Archeo Pesquisas Arqueológicas.
Até o momento, foram encontrados fragmentos de cerâmica, moedas antigas, ladrilhos hidráulicos e os paralelepípedos que demarcaram as primeiras ruas do centro. Os objetos coletados serão identificados e acondicionados no Museu da Pré-História Casa Dom Aquino. Inaugurado em 2006 e o museu desde então é o único espaço adequado para armazenar o material que conta um pouco da vida antes mesmo da criação de Cuiabá.
De acordo com Adão Rodrigues mestre de obras empresa Archaios Engenharia, responsável pela realização das cinco obras do PAC, na primeira etapa a empresa fez a demolição e a retirada dos escombros. O local também já foi fechado com tapumes, tudo em conjunto com a empresa de arqueologia. Agora vem o nivelamento do terreno, a compactação, a parte elétrica, em seguida o plantio das árvores, finalizando com a concretagem. “Nós não estamos tirando nada do original. Estamos preservando tudo que tem aqui, o que vamos fazer é, plantar mais árvores, além das que tem aqui. Nós estamos atuando em três frentes de serviços inicialmente, até finalizarmos as cinco”, destacou Adão Rodrigues.
As obras estão orçadas em R$ 900 mil reais dentro da planilha aprovada pelo Ministério da Cultura, através do Iphan. Toda a execução conta com o apoio da Secretaria de Serviços Urbano, que auxiliará nos trabalhos de limpeza no entorno das praças. O prazo de conclusão é de 120 dias, com entrega total prevista para o mês de maio.
Fonte: Da Redação