Apesar de perder em desenvolvimento e crescimento econômico para municípios do interior de Mato Grosso, Cuiabá ainda tem potencial para ser um polo econômico do país. É o que defende o historiador Moisés Martins, membro da Academia Mato-grossense de Letras.
“Os municípios do interior estão crescendo de forma ordenada, primeiro porque foram planejados, em sua maioria. Segundo, porque é onde está fonte da economia do Estado, o agronegócio. São eles que sustentam a economia nacional, mesmo sem infraestrutura”, comentou o historiador.
Moisés Martins apontou que a diferença da Capital para as outras cidades de Mato Grosso é justamente sua origem ribeirinha e influência europeia, além da miscigenação dos povos.
“Na década de 1970, Cuiabá recebeu migrantes de todas as regiões do país, mas não estava preparada para esse crescimento demográfico. Depois disso, é que houve um processo de desenvolvimento, de forma organizada, e a cidade ainda está crescendo”, disse ele.
O historiador apontou como um dos fatores do contínuo crescimento da Capital mato-grossense, o “congestionamento” das grandes cidades, como São Paulo, e disse que Cuiabá ainda tem espaço, tanto no mercado de trabalho, quanto no campo cultural, para receber imigrantes.
“Por esse motivo, Cuiabá é um polo nacional, mas é preciso que a cidade se estruture para receber essas pessoas e os gestores deveriam ter essa visão macro, pensando e aliando o desenvolvimento com a preservação da história e cultura cuiabana”, explicou.
Segundo ele, a Capital de Mato Grosso ainda precisa avançar em saneamento básico, saúde, educação e segurança pública.
“Esses são os principais problemas e somente com a visão dos gestores em mudar essa realidade é que Cuiabá crescerá de forma ordenada. Estamos rumo aos 300 anos e Cuiabá conseguirá sobreviver se solucionar esses gargalos, mas, claro, preservando sua história”, concluiu Moisés Martins.
Fonte: Repórter MT
