O Governo do Estado analisa o valor de uma nova licitação para a conclusão das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Cuiabá e Várzea Grande. A dificuldade em se chegar a um montante definitivo ocorre, de acordo com o secretário da Casa Civil, Ciro Rodolpho Gonçalves, pelo “jogo de planilhas perverso” feito pelo ex-governador Silval Barbosa.
A nova licitação deve ser lançada no final de agosto para a continuidade das obras do VLT. Além da correção monetária, que elevaria o valor restante para cerca de R$ 600 milhões, o secretário afirmou que outras correções técnicas devem ser feitas para se chegar ao valor restante para conclusão do VLT.
“Em tese, nós teríamos R$ 477 milhões a serem executados em obras, porque os vagões estão aí, os equipamentos estão aí. Só que, dado o jogo de planilhas perverso que foi feito nessa contratação. Por que que se optou em fazer a obra de arte, o viaduto, em frente ao Shopping Três Américas e não se fez o viaduto da Beira Rio? Porque o preço do viaduto do Shopping Três Américas era mais vantajoso e o outro estava a preço de feira. Então, não é esse raciocínio simples, raso”, declarou Ciro.
Durante a gestão de Silval, o Governo desembolsou R$ 1 milhão para a realização da obra e para a compra dos vagões, dos trilhos e de diversos outros itens necessários ao funcionamento do VLT. Outros R$ 477 milhões ainda restam da licitação original.
O secretário rebateu um “diagnóstico” feito pelo ex-governador de que este seria o valor total para conclusão da obra.
“Com todo respeito pelo diagnóstico feito por quem contratou, mas eu estou tentando limpar o problema que esse decisor político fez quatro anos atrás. Eu estou, até agora, incumbido de coordenar tudo isso. Então, por óbvio que não vou pautar o preço da nova licitação com um diagnóstico colocado por ele”, disse o secretário.
Enquanto chefiava a Controladoria Geral do Estado (CGE), Ciro coordenou as auditorias que evidenciaram diversos problemas na licitação do VLT. Entre as irregularidades, estavam manobras para que determinados pagamentos, como a compra dos vagões do VLT e construção de trechos mais caros da obra, fossem feitas antes do período necessário. A ação teria facilitado o pagamento de R$ 18 milhões em propinas, de acordo com o próprio ex-governador em sua delação premiada.
Fonte: Repórter MT