Boas notícias sobre a chegada da ferrovia até Cuiabá foram anunciadas durante reunião realizada ontem, quinta-feira (27), em Brasília, que contou com a participação do vice-prefeito da capital, Niuan Ribeiro, o presidente do Fórum Pró-Ferrovia Senador Vicente Vuolo em Cuiabá, Francisco Vuolo e de representantes do Ministério dos Transportes, DNIT, ANTT e da Concessionária. Todos os órgãos envolvidos no assunto manifestaram interesse e emitiram pareceres favoráveis para a chegada do novo modal até Cuiabá.
O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, confirmou a possibilidade de aprovar a chegada da ferrovia Senador Vicente Vuolo até Cuiabá. Além, da possível renovação do contrato de concessão com a empresa Rumo Logística, Ferrovia Malha Paulista, já sob análise do setor jurídico do Ministério dos Transportes. “Eu estou deixando bem claro que eu sou favorável a essa tese. O ideal é que o projeto venha por iniciativa do Executivo, mas adianto que há necessidade. Eu conheço toda a realidade de Mato Grosso e a gente sabe o custo do transporte daquela região em comparação a outras regiões do mundo”, assegurou o ministro.
O vice-prefeito de Cuiabá, Niuan Ribeiro, afirmou durante a reunião que Cuiabá se destaca pelo seu distrito industrial, que poderá servir de agregador de valores aos produtos primários, antes destes seguirem para os portos. “Além disso, temos que destacar que a ferrovia é um vetor de desenvolvimento para a Baixada Cuiabana, que certamente utilizará esse modal para desenvolver a região”, apontou.
Francisco Vuolo comemora os avanços que vêm sendo alcançados em torno do assunto. Como ele mesmo afirmou anteriormente, esse é um sonho antigo que aos poucos vem se tornando realidade. “Cada vez mais temos a certeza e demonstração de que estamos no caminho certo, já que esse é um indutor de desenvolvimento, emprego e valor agregado”, comemorou.
“O trabalho do senador Wellington Fagundes pelo modal é de grande valia, pois o próprio ministro, afirmou que seria uma ‘insanidade’ pensar que a ferrovia não passaria por Cuiabá. “O país precisa deixar de ser integralmente dependente da malha rodoviária. Para se ter uma ideia do déficit de competitividade, o frete praticado pelos EUA ou mesmo a Argentina, custa apenas 25% do nosso. Assim, é impossível manter a competitividade”, ressaltou o presidente.
O diretor do Departamento de Parcerias do Ministério dos Transportes, Fábio Lavor, conta que a prorrogação antecipada de concessões é uma ação que visa fazer com que as empresas tenham condição de investir e ampliar a capacidade de movimentação de cargas. “E nós formalizamos o compromisso de até amanhã dar entrada nesse processo para que o TCU faça as análises necessárias. E o ministro Valter Casimiro já falou que essa ampliação de malha passando por Cuiabá é do interesse da Pasta”, explicou o gestor.
Guilherme Penin, diretor da Rumo Logística, acredita que o modal ferroviário é o futuro do país, no ponto de vista logístico. “O Brasil assistiu o episódio da greve dos caminhoneiros, em uma crise de abastecimento. Essa é a falta que faz um modal alternativo de grande capacidade, que é a ferrovia. Com ela podemos prestar um serviço de grande qualidade, com menos roubo de carga e com tarifas significativamente mais baratas”, elucidou.
Alívio para as estradas – O diretor de Infraestrutura Rodoviária do DNIT, Luiz Antônio Garcia, conta que a admissão de uma maior malha ferrovia no país triplica a capacidade de escoamento de Mato Grosso e alivia o modal rodoviário. “Aumentando essa capacidade, temos um equilíbrio do tráfego nas rodovias e capacidade de investir em novos corredores, como estamos fazendo na BR-242, – com o processo de continuidade tramitando junto à Secretaria de Meio Ambiente – e na BR-080, que já conseguimos parecer favorável do Instituto Chico Mendes para licenciá-la”, adiantou.
Luiz afirma que a BR-080 fará integração com a ferrovia Ferronorte (em Goiás e Tocantins), chegando aos portos do Arco Norte. Ele destacou ainda o trabalho feito pelo ministério e o presidente da Frente Parlamentar Mista de Logística de Transportes e Armazenagem – Frenlog – pela conclusão da BR-158, na região Araguaia, bem como a duplicação da BR-163/364 – de Rondonópolis a Cuiabá. “Somente este último trecho é responsável por 70% do escoamento desta produção”, completou o diretor.
Fonte: Da Redação