No dia 18 de março de 1974, o Rio Cuiabá atingiu 10,87 metros depois de fortes chuvas. Conforme a Defesa Civil estadual, à época, 24 mil pessoas ficaram desabrigadas após a água invadir casas e comércios.
A mais devastadora das enchentes já causadas pelo Rio Cuiabá na área metropolitana da capital dizimou vários bairros no trecho entre o atual Camelódromo e a Unic – o Terceiro, o Terceiro de Dentro e o Terceiro de Fora, Várzea Ana Poupino e Barcelos – e causou também estragos nas partes mais baixas de Morro do Tambor e do bairro Lagoa, que ficava do outro lado da Avenida 15 de Novembro, aonde as águas chegaram até a Igreja São Gonçalo.
A consequência das cheias, agravadas pelo refluxo das águas de três riachos, hoje encobertos, que corriam a céu aberto no trecho inundado, incluindo o maior deles, o Boca do Valo, e que desaguavam no Rio Cuiabá, foi desastrosa: muitas casas, principalmente de adobe e pau a pique, foram destruídas, deixando cerca de cinco mil pessoas desabrigadas.
Naqueles dias terríveis da inundação, só podia ser utilizado um único meio de transporte nos bairros: a canoa a remo. E era para a casa de dona Adenir-Tito Fotógrafo que eram levadas as pessoas que precisavam de atendimento médico. Aposentada como enfermeira do Estado, eventualmente ela cuidava dos enfermos até que um carro de hospitais pudesse chegar, com muitas dificuldades por causa das águas, a sua casa para remover os enfermos.
Fonte: Nélson Severino