O Parque Antônio Pires de Campos, mais conhecido como Morro da Luz, área verde no Centro de Cuiabá, virou território dominado por usuários de droga. Quem trabalha na região alega que a situação se complicou depois que a Ilha da Banana, onde moradores de rua e usuários de droga, foi demolida. Pelo local deveria passar o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Antes da Copa do Mundo de 2014, o governo do estado e a prefeitura se uniram em uma ação simbólica para demolir as construções. Cerca de 60 pessoas ocupavam os imóveis. A Secretaria de Assistência Social de Cuiabá teria oferecido outros locais para transferir os que viviam no local. Muitos preferiram subir o morro.
Os usuários do transporte coletivo dizem que a insegurança aumentou no ponto de ônibus que fica na Avenida Tenente Coronel Duarte, no Centro, em frente ao Morro da Luz.
Os comerciantes da região também reclamam. A empresária Iara Nunes disse que espera o cumprimento das promessas do estado e da prefeitura. Uma delas deveria ser entregue para a Copa de 2014.
Algumas famílias já abandonaram as casas no Morro da Luz e alguns ainda resistem. A escadaria de 115 degraus, que liga o centro ao bairro, já foi ponto de encontro dos namorados. Hoje, poucos se arriscam passar pela região.
Quando a equipe da TV Centro América gravava imagens da escadaria, um homem se aproximou e disse o seguinte: “tenham cuidado com o que vão falar, porque aqui tem médicos e advogados que estão nessa situação”.
Eles não permitem serem filmados. No meio da gravação, um homem pediu para falar. Muito bem articulado, fez críticas aos políticos e defendeu os moradores do Morro. Disse que o vício é uma doença e que eles não praticam assaltos na região. Porém, Adauto da Cruz, que mora do outro lado do morro, fez questão de falar com a equipe e disse que já foi vítima de assalto.
Adauto afirmou que fazia por conta própria a limpeza do parque, mas que, a partir da ocupação, foi impedido pelos usuários de drogas. O Morro da Luz funciona como um pulmão do Centro de Cuiabá.
De acordo com o engenheiro florestal Marcelo de Figueiredo, o último estudo feito pela secretaria de meio ambiente da capital catalogou mais de 1550 árvores de 50 espécies.
Um decreto municipal de 1983 transformou o Morro da Luz em patrimônio histórico, paisagístico e ecológico. Seis hectares de mata nativa com espécies identificadas, mas a ocupação irregular deixa muito lixo no chão.
Antônio Pires de Campos o nome é uma homenagem ao filho do bandeirante Manoel de Campos Bicudo, um dos primeiros desbravadores que chegaram neste local.
Fonte: G1 MT