O Número de desempregados de longo prazo cresceu 61,41% em Mato Grosso, nos últimos quatros anos, conforme a análise de Mercado de Trabalho divulgada hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O avanço entre o primeiro trimestre de 2015 ante igual momento de 2019, supera o observado na média nacional, que no mesmo período somou crescimento de 42,4%.
A taxa de desempregados no Estado passou 5,65% nos primeiros três meses de 2015 para 9,12% em relação ao mesmo acumulado de 2019. O comparativo da série histórica do Ipea para o Estado, mostra que na comparação entre os primeiros trimestres do ano, a atual taxa de 9,12% é a terceira maior, sendo superada apenas pelas registradas nos primeiros três meses de 2017, quando atingiu o maior percentual, 10,47% e em igual intervalo de 2018, ao fechar em 9,28%.
Conforme o Ipea, houve avanço no significativo na passagem do último trimestre de 2018 para o atual período, momento em que a taxa de desempregado de longo prazo passou de 6,89% para 9,12%. Mesmo ascendente, a taxa estadual em 9,12% é a menor do Centro-Oeste e está aquém do registrado no primeiro trimestre do ano passado, quando a variação foi de 9,28%.
Regionalmente, a maior taxa está no Distrito Federal, 14,08%, seguida por Goiás em 10,66% e Mato Grosso do Sul, 9,49%.
No país, as maiores taxas foram observadas no Amapá, 20,17% e na Bahia, 18,3%. Na outra ponta, as menores foram registradas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, 7,21% e 7,99%, respectivamente.
BRASIL – A parcela de desempregados no País avançou de 17,4% no 1º trimestre de 2015 para 24,8% no mesmo período de 2019, atingindo 3,3 milhões de pessoas. O crescimento é de 42,4% em quatro anos. O estudo utiliza dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE.
O estudo conclui que o mercado de trabalho brasileiro, portanto, segue bastante deteriorado, com altos contingentes de desocupados, desalentados e subocupados. Para o restante do ano, porém, a expectativa é de manutenção de uma recuperação gradual da ocupação e da renda média. Uma queda mais expressiva da taxa de desemprego e da desigualdade é esperada para 2020, a partir da retomada mais forte do nível de atividade, condicionada à aprovação da reforma previdenciária no 2º semestre de 2019.
Segundo dados do primeiro trimestre deste ano, o desemprego de longo prazo atinge mais fortemente as mulheres. Entre as desocupadas, 28,8% estão nesta condição há pelo menos dois anos, contra 20,3% dos homens desempregados na mesma situação – embora o crescimento tenha sido maior entre o público masculino. Na análise por faixa etária, 27,3% dos desocupados com mais de 40 anos insistem sem sucesso na busca por trabalho há pelo menos dois anos, mas o crescimento do desemprego de longo prazo é maior entre os jovens. As regiões Norte e Nordeste são as mais afetadas.
Além do aumento no tempo de permanência no desemprego, o estudo mostra que os efeitos da crise econômica sobre o mercado de trabalho também vêm impactando a renda domiciliar. Em que pese algum ganho real, os dados da Pnad mostram que, no 1º trimestre de 2019, 22,7% dos domicílios brasileiros não possuíam nenhum tipo de renda proveniente do trabalho, e que os domicílios de renda mais baixa foram os que apresentaram menores ganhos salarias. A análise mostra, ainda, que a renda dos domicílios mais ricos é 30 vezes maior que a dos domicílios mais pobres.
Fonte: Cuiabano News