O presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendeu em entrevista a aprovação do excludente de ilicitude, dizendo que com ele bandidos “vão morrer na rua igual barata”. A declaração foi feita em entrevista à jornalista Leda Nagle, divulgada no YouTube nesta segunda-feira (5).
“A partir do momento em que eu entro no excludente de ilicitude ao defender a minha vida ou a de terceiros, a minha propriedade ou a de terceiros, o meu patrimônio ou o de terceiros, a violência cai assustadoramente, os caras[bandidos] vão morrer na rua igual barata. E tem que ser assim”, disse.
Na ocasião, Bolsonaro também afirmou que não irá aprovar nenhum decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) –medida que permite que as Forças Armadas atuem nas ruas em alguns Estados– enquanto não houver decreto de ilicitude.
“Eu tenho que ter responsabilidade e, se eu assino 1 decreto GLO e boto ali do soldado até o general na rua, eu tenho que dizer pra eles ‘eu confio em você e se você entrar em 1 confronto e matar alguém com mais de 2 tiros, você não vai ser processado por excesso; se acontecer algo colateralmente [sic], matar um inocente, eu tenho que garantir sua liberdade’. E no momento eu não posso garantir”, afirmou.
O presidente afirmou que há 1 desequilíbrio, que “o bandido tem mais direitos do que o cidadão de bem”. Comentou que terá dificuldades de aprovar projetos para endurecer as leis nesse sentido.
Ele voltou a comentar o caso do morador de rua que matou duas pessoas e deixou uma ferida no Rio de Janeiro, na última 2ª feira (29.jul). “Faltou arma na mão e alguém pra abater bandido. Se eu tivesse armado ali eu teria atirado naquele cara”, defendeu.
“O próprio policial que chegou depois, atirou na perna, tinha que atirar no meio dele. O policial, tendo a garantia de que não vai ser preso, de que não vai receber processo, o bandido pensa duas vezes antes de fazer uma besteira“, continuou.
Eis o que o presidente falou sobre outros assuntos:
- indígenas – “Por que a Bolivia pode ter um índio presidente, e no Brasil o índio tem que ficar confinado numa reserva como se fosse um homem pré-histórico? Quem quer isso não tá preocupado com as questão humanitárias do índio”;
- vazamentos de conversas telefônicas – “Eu acho um crime. É uma invasão de privacidade”;
- legislação trabalhista – “O trabalhador vai ter que decidir um dia entre menos direitos e mais empregos ou todos os direitos e menos empregos”;
- Amazônia – “Nós temos a biodiversidade amazônica, que tem que ser explorada, reservas (ambientais) que ficam em reservas indígenas na Amazônia devem ser exploradas de forma racional”;
- privatização – “O Paulo Guedes diz que algumas estatais são verdadeiros ninhos de rato, eu concordo com ele (…). Como a gente acaba com isso? Privatizando”;
- relação com a imprensa – “Eu fico feliz, porque o dia que eu não sou criticado por essa mídia nossa é porque eu estou fazendo algo de errado”;
- indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixada do Brasil nos EUA – “Tem tudo pra dar certo. E tem outra coisa, é uma vitrine lá. Eu vou botar filho meu incompetente, vamos supor, que não tivesse qualificado, pra levar pancada todo dia?”.
Assista abaixo a íntegra do vídeo publicado no canal da jornalista Leda Nagle
Fonte: Agência Brasil