Secretário alerta que pandemia está só no início em MT e prevê pico para setembro

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Em entrevista coletiva transmitida pela internet na manhã desta terça-feira (19), o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, fez alertas sobre a situação do avanço da pandemia de novo coronavírus em Mato Grosso. Dois meses após a confirmação do primeiro caso da doença no estado, os números têm avançado em ritmo progressivamente acelerado.

Com 30 mortes e 941 casos pela doença confirmados pela secretaria até esta terça, Figueiredo acredita que a pandemia está longe de seu fim, pelo menos até que surja uma vacina. Conforme disse em entrevista, o aumento da flexibilização do isolamento social tem contribuído fortemente para o quadro. Mesmo assim, o secretário não acredita na necessidade de lockdown até então e defende que cada município adote sua próprias regras de acordo com seu próprio quadro de infectados.

O secretário disse também que não há como fazer previsões sobre o aumento de casos e que a pasta acompanha, dia a dia, a evolução da doença no Estado. “Não dá pra prever o dia do pico. O que posso me arriscar a dizer é que vai continuar crescente o número de casos em Mato Grosso e a demanda pelos leitos hospitalares. Estamos no início de uma pandemia que ainda vai trazer muito desconforto no estado de Mato Grosso e a população precisa acordar”. A avaliação da SES é de que o declínio do número de casos deve ocorrer em outubro.

Segundo o chefe da pasta, a maior preocupação do Estado no momento é a ampliação da capacidade de atendimento do sistema público de saúde. “Não estamos satisfeitos com o quadro de leitos disponíveis e estamos ampliando. Não desejávamos, mas já contávamos com esse aumento no número de casos. Por isso, estamos numa rampa de aumento no número de leitos e esperamos chegar até 5 de junho com 305 leitos de UTI e mais de 1.000 leitos de enfermaria”, disse.

Apesar do aumento no número de leitos, há ainda o trabalho de equipá-los adequadamente. O Governo do Estado tem tido dificuldade na compra de novos respiradores mecânicos mesmo com a China, país com o qual o estado negociou em março a compra dos equipamentos.

Também é motivo de preocupação o que Figueiredo chamou de “falta de condução nacional da pandemia”, em referência à troca de ministros da Saúde no Governo Bolsonaro e à demora para a tomada de decisão na esfera federal. “Ministro não saiu, ele sequer chegou (…). Já estamos angustiados com a protelação de soluções com o Governo Federal. Nós mesmos recebemos do Ministério da Saúde 10 leitos de UTI sem respiradores. Tudo isso afeta o trabalho de todos os secretários municipais e estaduais de saúde do Brasil e leva ao estrangulamento da saúde pública do país”, afirmou.

Fonte: PNB Online