André D´Lucca projeta ‘robôs’ que farão comunicação entre pacientes de Covid-19 e suas famílias

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Angustiado ao acompanhar notícias sobre o aumento exponencial de casos de contaminação pelo coronavírus e de pessoas hospitalizadas pela covid-19, o ator André D´Lucca criou um projeto que pode vir a amenizar o sofrimento de pacientes em isolamento nas unidades de saúde de Mato Grosso. Mas para levá-lo à frente, precisa de parceiros.

Tendo vivido um período tortuoso em hospitais durante meses de recuperação, André sabe o que é ter que ser privado da convivência de familiares e amigos. “Fiquei entre a vida e a morte em UTIs e enfermarias. É difícil imaginar, mas tento me colocar no lugar desses pacientes. Afinal, o isolamento dos doentes com covid é muito rigoroso”.

Foi da batalha vencida que nasceu a intenção de realizar o projeto que formaria “doutores da alegria”. Mas ele teve que suspendê-lo por conta da situação de pandemia. “E diante de tudo que passei, estou proibido de entrar em um hospital, sou do grupo de risco. E então fiquei aflito, querendo ajudar, foi quando veio a ideia de desenvolver os robôs com a colaboração de outros artistas”.

André contatou amigos que começaram a desenvolver seus projetos de suporte para tablets. Será por meio destes equipamentos que pacientes poderão interagir com a família e amigos.

“Com transmissão de imagem e som em tempo real, a tecnologia poderá ser alternativa à necessidade do distanciamento. A meta é desenvolver cinco robôs – que circularão por alas adultas e infantis -, só para começar”. O primeiro suporte, com uma roupagem bem lúdica foi produzido por Douglas Peron, do coletivo de arte SpectroLab.

“Por meio de uma campanha nas redes sociais já consegui arrecadar doações que me ajudaram a comprar materiais para esses suportes. Entre os quais, perfis metálicos, rolamentos, espuma, tintas, colas e arames. No entanto, para que enfim seja concretizado, precisamos de ferramentas tecnológicas, que permitirão a interação em tempo real”.

Além de tablets, ele precisa de caixas de som e baterias para que eles permaneçam ligados por muito mais tempo.

André lembra que experiências como esta têm transformado a rotina de hospitais em todo o país e com a iniciativa a que ele deu o nome “Mala de Fugir”, Cuiabá seria incluída no rol seleto de cidades que dispõe desse recurso de interação.

Hospitais de ponta têm se utilizado de videochamadas realizadas via robôs equipados com smartphones e tablets para amenizar a angústia de pacientes que sofrem com o isolamento.

“É fato que a falta de comunicação entre paciente e família pode agravar o quadro do paciente. Sem contar, que já há notícias veiculadas em jornais que relatam despedidas que foram realizadas mediante mecanismos como estes. Não fossem os “robôs”, paciente e família jamais teriam se falado novamente depois da internação do doente”, finaliza.

Vale ressaltar, o nome escolhido para o projeto, “Mala de Fugir”, faz alusão a uma obra do ator e diretor Luiz Carlos Ribeiro [in memoriam] e assim, o homenageia.

Para mais informações, entre em contato pelo telefone (65) 99292-9907.