Família de Isabele agora está convicta que houve um crime, afirma advogado

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A morte de Isabele, que nesta quarta-feira (12) completará um mês, aconteceu na casa de uma amiga, no condomínio de luxo Alphaville 1, no bairro Jardim Itália, em Cuiabá. Isabele foi atingida por um disparo de arma de fogo que atingiu o nariz e saiu pela nuca. A pistola foi disparada pela amiga B., também de 14 anos. Em depoimento à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a adolescente relatou que estava indo guardar a arma, que houve um acidente com a case, e que a pistola disparou acidentalmente, matando a amiga. “O depoimento da menor, apontada como autora do disparo, diverge dos demais elementos produzidos pela Polícia Civil”, enfatiza o advogado. As informações são do site Repórter MT.

Hélio Nishiyama também aponta falhas da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) no atendimento à ocorrência, como a falta de preservação da cena do crime. “Penso, no entanto, que a verdade será descortinada”.

Por se tratar de uma investigação que corre em segredo de Justiça, vários questionamentos não foram respondidos pelo advogado.

Leia a entrevista na íntegra:

 – Dr. Hélio, qual o entendimento da família da Isabele Guimarães sobre a morte dela? Acredita que houve um crime? Ou acredita na tese do acidente?

Advogado Hélio Nishiyama – A família da jovem Isabele e a sociedade têm a convicção de que houve sim a prática de crime. O depoimento da menor, apontada como autora do disparo, diverge dos demais elementos produzidos pela Polícia Civil. Todos estão confiantes de que, cedo ou tarde, será desvendada a verdade.

 – Ao longo dos depoimentos das pessoas envolvidas, surgiram algumas contradições. Quais o senhor, como advogado da família da vítima, acredita que são as maiores?

Hélio Nishiyama – Não posso pontuar as contradições, pois, para isso, teria que revelar diligências sigilosas realizadas pela Polícia Civil.

 – Como o senhor analisa o trabalho da Polícia Civil no dia da morte de Isabele? Foram cometidas falhas? A cena do ‘crime’ foi isolada? A presença de tantas pessoas no local pode ter atrapalhado a coleta de provas?

Hélio Nishiyama – A nosso ver, houve diversos equívocos da Delegacia de Homicídio no local de crime. O isolamento foi precário. Amigos do proprietário do imóvel estiveram na residência. Penso, no entanto, que a verdade será descortinada, sem prejuízo da responsabilização das pessoas que estiveram indevidamente no local.

 – Se houve falhas, elas foram corrigidas ou ainda podem representar prejuízos no esclarecimento da verdade real dos fatos?

Hélio Nishiyama – Ainda é cedo para concluir. As investigações, depois de deslocadas para DEA, evoluíram significativamente. Somente após a conclusão das investigações será possível constatar se os possíveis equívocos no isolamento do local causaram algum prejuízo irreparável.

 – A família contratou o perito Carlos Roberto Angelotti. Ele já deu algum posicionamento à família? Em entrevista a um veículo de comunicação ele afirmou que o tiro não foi acidental. Foi com base na análise de laudos que ele chegou a esta conclusão?

Hélio Nishiyama – O assistente Carlos Roberto Angelotti está auxiliando os trabalhos técnico-jurídicos da família da vítima. É o que eu posso dizer. Não confirmo a conclusão divulgada pelo veículo de comunicação.

 – Qual a importância do perito particular? A análise dele vale como prova? Ou apenas como base para a acusação questionar a perícia oficial?

Hélio Nishiyama – O assistente técnico é previsto em lei. A finalidade é auxiliar as partes na análise das perícias. Seu parecer técnico tem valor probatório, assim como qualquer outra prova.

 – Já foi marcada a reconstituição do crime? Ela é importante para o esclarecimento do caso?

Hélio Nishiyama – Penso que a reprodução simulada dos fatos ajudaria a esclarecer os fatos, todavia, a realização ou não fica a critério da autoridade policial.

 – Os depoimentos do empresário Marcelo Cestari  e da adolescente B. foram feitos na Delegacia de Homicídios de Proteção à Pessoa. O senhor acredita que é necessário que os dois sejam novamente ouvidos na DEA? Há previsão para isso?

Hélio Nishiyama – A necessidade ou não de ouvir novamente qualquer investigado/testemunha é decisão exclusiva da autoridade policial.

 – Os laudos da Politec já foram entregues à Policia Civil? O senhor teve conhecimento do teor dos laudos?

Hélio Nishiyama – Não posso responder.

 – O senhor acredita em acidente ou que houve um crime? Porque?

Hélio Nishiyama – Não posso responder.

Fonte: Repórter MT