A participação de mulheres durante às eleições municipais em Cuiabá deste ano aumentou apenas 8.38% em comparação ao último pleito em 2016. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o registro feito por mulheres em 2020 foi de 246 (34,9%) nomes. Já em 2016, o número representava apenas 157 (32,2%) candidaturas. Neste sábado (26) encerrou o prazo para registro de novas candidaturas.
Às eleições municipais serão realizadas em 15 e 29 de novembro, sendo primeiro e segundo turno, em respectivamente. Em Mato Grosso, devido a cassação do mandato da juíza aposentada Selma Arruda (Podemos), haverá também o pleito suplementar para o cargo de senador.
Em Cuiabá, a advogada e ex-superintendente do Procon Estadual, Gisela Simona (PROS), é a única mulher que disputa o comando da prefeitura. Ela concorre com outros sete nomes, inclusive com atual prefeito da Capital.
A deputada federal Rosa Neide (PT) destacou a importância do papel das mulheres na política. Conforme a parlamentar, a questão da participação feminina no país é histórica. Elas sempre estiveram presente em todos os âmbitos, porém os registros eram sempre omitidos.
“Infelizmente a história da colonização brasileira é patriarcal e machista. Só no último código civil tivemos direito de homens e mulheres, igualdade de condições perante a lei. Entretanto, na prática, ainda temos muita negação do papel da mulher”, disse ao Hipernotícias.
De acordo com Rosa Neide, no parlamento federal são apenas 15% de mulheres se juntado ao Congresso e a Câmara. Na Câmara, em um contingente de 513 deputados 77 são mulheres e na gestão passada era apenas 10%.
“Por mais que a mulher tenha formação, qualidades e demonstre seu trabalho, na hora que chega nos cargos de chefia dificilmente está presente. Somos 51% da participação de eleitoras, mas na hora da representatividade ainda vale o que a nossa história escreveu. Homens tomando decisões e mulheres ainda sem ocupar o espaço”, ressalta.
“O mundo avançou com a participação das mulheres, mas ainda estamos muito abaixo do que é necessário. Representatividade é uma coisa muito importante, para indígenas, homossexuais, para os negros, enfim, para toda classe de minoria. Mulher pode chegar a onde quiser. Homens e mulheres tem direitos iguais perante a lei e deve se ajudar para que a defesa da população”.
A deputada estadual Janaína Riva (MDB), primeira mulher a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Mato Grosso também defendeu a participação de mulheres na política. Em uma postagem na rede social, a deputada encorajou participação feminina na política.
“Eu sou a única mulher no parlamento do Estado e, sonho em ter mais companheiras para somar comigo na AL. Eu também sei que ser mulher na política é um desafio muito grande, mas é preciso sair da zona de conforto e, lutar por um Estado melhor para todos. Por isso mulheres, não tenham medo, vamos ocupar o lugar que é nosso e lutar como garotas”, escreveu.
Fonte: Hipernotícias