O vereador Abílio Junior (Podemos), candidato na disputa pelo comando da Prefeitura de Cuiabá, desmentiu as declarações dadas nesta segunda-feira 19/10/2020, pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), em entrevista realizada na Rádio Hora Marcada, de que o parlamentar teria rompido relações com ele, por não ver nomeados seus ‘apadrinhados’ com cargos na Prefeitura de Cuiabá.
De acordo com Abílio, em conversa com o site O Bom da Notícia, seu rompimento com Emanuel ocorreu no terceiro mês do mandato do gestor, porque queriam obriga-lo a votar a favor da separação da Secretaria de Comunicação com a de Governo, que geraria um custo de, aproximadamente, R$ 13 milhões ao município, somente naquele ano. E quando ainda não teria vindo à tona o vídeo do prefeito Emanuel Pinheiro, sendo flagrado, recebendo maços de dinheiro, em forma de propina, do ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Silvio Correa, na época em que era deputado estadual. O vídeo consta na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa, que apontou pagamentos milionários a deputados, na Assembleia Legislativa.
“Mentira. Eu rompi porque eles queriam que fosse mais um pau-mandado. Na verdade, Emanuel queria que eu dissesse amém a tudo que ele mandasse pra Câmara, sem questionar, sem ir contra, assim como os vereadores da base fazem até hoje. Eu rompi logo no terceiro mês de mandato, muito antes de o vídeo do paletó ganhar repercussão nacional. O que ele[Emanuel] e seus aliados queriam era me obrigar a votar a favor da separação da Secretaria de Comunicação com a de Governo, que gerava um custo de aproximadamente R$ 13 milhões ao município, naquele ano. Não concordava com aquilo, não aceitei, fui contra. Hoje sabemos muito bem quem é o Emanuel e quem é o Abílio. O Emanuel fala o que quer, igual fez quando disse que a verdade iria aparecer sobre o vídeo do Paletó. Assim, acredita nele quem quer”.
Já o prefeito emedebista que busca a reeleição pelo comando do Alencastro, em uma total mudança de estratégia política, possivelmente, sob a leitura de seu marketing eleitoral, tirou de cena o ‘Emanuel Paz e Amor’ e hoje, no contra-ataque, assegurou que Abílio começou a persegui-lo, porque teria demorado a nomear os ‘afilhados políticos do parlamentar’. Sob o argumento de que estas nomeações precisavam, antes, passar por um rigoroso critério técnico. Admitindo que atende, como pode, aos pedidos dos vereadores, pois em política, ‘quem ajuda ganhar, ajuda a governar’.
“O vereador Abílio Junior rompeu comigo porque não estava nomeando os apadrinhados políticos deles. Eu demorei a nomear, porque adoto critérios técnicos. Não vejo problema companheiro indicar, quem ajuda a ganhar, ajuda a governar. Temos vídeo dele na campanha sobre isto e deverá ser divulgado. Mas precisamos saber sobre os uso das VIs dele e do vice dele, da rachadinha das VIs, o nepotismo cruzado que foi denunciado da madrasta dele e do irmão dele”.
O candidato do Podemos, igualmente, desmentiu que teria praticado nepotismo cruzado, para beneficiar seu irmão e à sua madrasta, assegurando que não teria qualquer relação, na indicação política, como eles quiseram pregar desde o início do seu mandato como parlamentar municipal.
“Com relação à questão do meu irmão e da minha madrasta, não tenho qualquer relação de indicação política ou de nepotismo como eles quiseram pregar desde o início do meu mandato como vereador. Meu irmão já trabalhava no gabinete do deputado desde 2013 e a minha madrasta desde 2014, quando eu sequer pensava em sair candidato como síndico de condomínio, a presidente de bairro, muito menos a vereador. Minha campanha ocorreu somente em 2016; dois, três anos depois. Gente, não adianta. Eu já disse, eles não podiam me rotular como corrupto, me tacharam de louco e ficam criando mentiras com situações que não tem nada a ver comigo ou com meu mandato”.
De repente complô
Na entrevista, o gestor cuiabano ainda apontou que estaria sendo vítima de um complô político para o retirarem da Prefeitura da Capital. Ao revelar que políticos poderosos de Mato Grosso teriam se unido contra ele.
“O que será que está por trás da união de tantos poderosos e milionários contra mim.? Repara só: Mauro Mendes, Silval Barbosa, José Geraldo Riva, Roberto França, Fabio Garcia, Robério Garcia, Jayme e Júlio Campos e posso dar mais uma lista de famosos, de poderosos deste Estado. Todos se uniram contra mim”.
E ao tentar se desconectar do vídeo em que foi flagrado enchendo os bolsos de dinheiro, Pinheiro ainda usou o argumento de que aqueles que o acusam de corrupção, também estariam na delação premiada do ex-governador Silval Barbosa. O vídeo faz parte da delação premiada do ex-governador Silval Barbosa – que aponta em suas declarações à Justiça -, que pagava propinas milionárias à deputados, como forma de não investigado, na época, nos desvios milionários cometidos, quando ainda comandava o Palácio Paiaguás, em obras da Copa em 2014.
O vídeo que viralizou nas redes sociais se transformou em CPI na Câmara de Vereadores, mas depois de muitas quedas de braço política e uma investigação várias vezes judicializada, acabou sendo arquivada na Casa de Leis.
Ainda na entrevista, o prefeito emedebista chegou a pedir que fosse colocado na lista de seus perseguidores, o nome do presidente da Assembleia Legislativa, o deputado estadual democrata, Eduardo Botelho.
“[…] Ah! Coloca Eduardo Botelho nesta lista também. Mas vou lutar toda a minha vida para provar minha inocência à sociedade cuiabana. Não este julgamento político que tenta, insistentemente, com ataques gratuitos, com agressões, com fake news, jogar a população contra mim […] Assim, chamo a reflexão para tentar entender esta união de conhecidas figuras políticas poderosas e milionárias da política mato-grossenses, que estão com um ódio terrível contra mim, com o único intuito de buscar o poder, pelo poder”.
Com informações do Site O Bom da noticia