Rosa Neide, até o momento, foi a única a se posicionar a favor do STF e até por uma cassação de mandato
Quatro deputados federais de Mato Grosso vão votar pela soltura do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ). Os parlamentares usam argumentos políticos e técnicos para defender suas posições.
A Câmara Federal reativou nesta quinta-feira (18) a Comissão de Ética para analisar o caso e encaminhar o parecer para votação em plenário.
Coordenador da bancada de Mato Grosso, o deputado federal Dr. Leonardo (SD) diz que, apesar da “manifestação destemperada” do colega, a expressão de opinião e voto de cada congressista é amparada pela Constituição Federal, nos artigos 5º e 53.
“Se for pela manutenção da prisão, teríamos que reescrever a Constituição, especificando que manifestações contrárias ao STF (Supremo Tribunal Federal) não fazem parte. Isso cria precedentes tanto negativo quanto positivo”, ele avalia.
Já o vice-líder do governo na Câmara, deputado José Medeiros (Podemos), se manifestou ontem sobre o assunto, também apelando para prerrogativas constitucionais. Mais tarde, ele buscou eco em habilidade do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
“É o batismo de fogo do presidente Arthur Lira. Ele precisa lidar com essa granada que o ministro Alexandre [de Moraes] jogou no seu colo”, afirmou.
Nelson Barbudo (PSL) ressaltou em post em redes sociais a interpretação de censura à manifestação da opinião livre, que teria sido praticada pelo Supremo.
“Ao colega Daniel Silveira concedo meu apoio e meu voto para a revogação de sua sentença. Um homem podado de fala é um ser sem alma, sem norte e ausente do seu sentido público”, disse.
O deputado Emanuel Pinheiro Neto (PTB) também já se manifestou pela soltura de Daniel Silveira. Ele classificou como extrema a decisão do plenário do Supremo em prender o colega por causa da manifestação, apesar de considerar o conteúdo exposto à rejeição.
No outro lado, somente a deputada Rosa Neide (PT) se manifestou com a intenção de votar pela manutenção da prisão do deputado. Ela acrescentou que também dará apoio a um eventual pedido de cassação de mandato.
Neri Geller (PP) e Carlos Bezerra (MDB) ainda não se posicionaram sobre a polêmica.
Fonte: O Livre