Coronel Paccola reclama de prisão no domingo cumprida pelo Gaeco e quer investigação

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Marcos Pacolla foi preso acusado de ajudar a adulterar registro de uma arma usada em vários homicídios

A defesa do tenente-coronel da Polícia Militar, Marcos Eduardo Ticianel Paccola, denunciado numa ação penal sob acusação de ter se valido de cargos e funções de relevância ocupados para fomentar esquema criminoso voltado à adulteração de registros de armas de fogo, protocolou uma petição pedindo investigação contra os responsáveis por sua prisão no dia 8 de setembro de 2019, um domingo. Ele foi eleito vereador por Cuiabá pelo partido Cidadania em novembro do ano passado e no momento exerce o mandato eletivo, estando afastado das funções de policial militar.

A prisão que agora é contestada por policial-vereador foi cumprida pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) como desdobramento da Operação Coverage que investigou policiais militares acusados de fazerem parte de um esquema de adulteração de arma de fogo que pertencia ao tenente Cléber de Souza Ferreira, acusado de integrar um grupo de extermínio denominado “Mercenários”. A arma em questão foi utilizada em 7 homicídios praticados pelo grupo de extermínio que agia em Cuiabá e Várzea Grande.

Na primeira fase da operação deflagrada em 21 de agosto de 2019 foram cumpridos mandados de prisão contra 3 oficiais da Polícia Militar. Depois, em setembro o Gaeco cumpriu um mandado de prisão contra Marcos Pacolla na noite de um domingo, no condomínio de luxo Alphaville, pouco depois que ele chegou de uma viagem. A prisão naquele dia e horário foi efetuada pare evitar que ele recebesse informações privilegiadas e pudesse se antecipar com um novo pedido de habeas corpus preventivo.

Após operação, surgiram fatos novos envolvendo Marcos Eduardo Paccola. O Gaeco, num segundo momento havia prendido o sargento Berison Costa e Silva após perícia constatar que a senha dele foi utilizada para adulterar a arma do tenente Cleber Ferreira

Agora, no andamento  processual da ação penal ajuizada pelo Ministério Público contra ele e mais 4 policiais militares, Paccola, por meio de seu advogado pediu que seja aberta uma investigação contra os responsáveis por sua prisão num domingo.

A alegação é de que houve a Constituição Federal foi desrespeitada no tocante à parte onde diz que a casa é asilo inviolável do indivíduo e ninguém pode adentrar nela sem o  consentimento do morador. A não ser em aso de flagrante delito, desastre, para prestar socorro, ou durante o dia com ordem judicial.

“Ante tal fato, requer que seja determinada a instauração de inquérito policial para que o responsável pelo cumprimento do mandado seja identificado e receba a reprimenda que se faz necessária, para que fatos iguais não se repitam”, consta na petição juntada ao processo pela defesa do militar.

DENÚNCIA 

O processo tramita desde setembro de 2019 na 11ª Vara Criminal de Cuiabá especializada em Justiça Militar. Os denunciados foram  o 2º tenente Cleber de Souza Ferreira, o 3º sargento Berison Costa e Silva, o tenente Thiago Satiro Albino, além dos tenentes-coronéis Sada Ribeiro Parreira e Marcos Paccola.

Eles respondem pelos crimes de organização criminosa, embaraço de investigação em três inquéritos, falsidade ideológica, fraude processual e inserção de dados falsos em sistema de informações. Além da condenação pelos crimes praticados, o Ministério Público requereu que, ao final da ação penal, seja decretada a perda definitiva do cargo público dos 5 réus.

Consta na denúncia, que os oficiais militares utilizaram-se de seus cargos e funções de relevância para fomentar esquema criminoso voltado à adulteração de registros de armas de fogo, mediante falsificação documental e inserção de dados falsos em sistema informatizado da Superintendência de Apoio Logístico e Patrimônio da Polícia Militar.

Fonte: Folhamax