O governador Mauro Mendes (DEM) assinou uma carta aberta, com mais 12 governadores, na qual pede a adoção de providências urgentes pelo Governo de Jair Bolsonaro (sem partido), de modo a regularizar o suprimento do chamado “kit intubação”, utilizado para intubar de pacientes que estão em tratamento contra a Covid-19, em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), e precisam de respiradores artificiais.
Na carta, o Fórum Nacional de Governadores pede a compra emergencial de bloqueadores neuromusculares, anestésicos e sedativos, pelo período mínimo de 60 dias, e a distribuição para todos os estados por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
No documento, os governadores afirmam que o monitoramento feito pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) mostra que 11 medicamentos do kit estão em falta ou com estoque para 20 dias em 10 estados.
No caso dos bloqueadores neuromusculares, 18 estados registram falta ou estoque baixo, que também deve durar 20 dias.
Eles pedem ainda a realização de aquisições internacionais com a urgência que o momento exige, contando com o apoio logístico da Força Aérea Brasileira (FAB), alicerçadas por meio de tratativas diplomáticas junto a países e entidades estrangeiras, ressaltando a gravidade da emergência humanitária no Brasil
Em entrevista à Rádio CBN, o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, disse que Mato Grosso ainda dispõe de estoque do suprimento para atender a atual demanda.
Contudo, alertou que alguns municípios podem enfrentar dificuldades, se o número de infectados continuar crescendo.
“Quando falamos em colapso, não estamos falando apenas de leitos. É um colapso total, com a uma cadeia produtiva de tudo aquilo que é fornecido para a área da Saúde. Então, há colapso de profissionais formados na área para atender, há colapso no fornecimento de equipamentos de proteção, como luva e máscaras, colapso de equipamentos”, destacou.
A questão dos medicamentos foi tema também de uma audiência da comissão temporária de Covid-19 no Senado.
O relator do colegiado, senador Wellington Fagundes (PL), alertou sobre a possibilidade de falta de medicamentos e de leitos para tratamento da doença.
Em nota, o Ministério da Saúde observou que 24 estados e o Distrito Federal enviaram à pasta informações sobre o consumo de medicamentos para intubação.
O ministério informou que foi solicitada a compra de 665.507 medicamentos para o período de 15 dias, conforme consumo médio mensal.
O órgão também já havia informado que foram liberados 1.639 leitos de UTI adulto e oito leitos de UTI infantil para 64 municípios localizados em São Paulo e em Goiás.
Os leitos serão exclusivos para pacientes com quadro grave de Covid-19.
O valor do repasse mensal será de R$ 79 milhões.
SITUAÇÃO EM MT – Nas últimas 24 horas, Mato Grosso registrou 55 mortes causadas pelo coronavírus.
Nesse mesmo período, foram notificadas 1.837 novas confirmações de casos da doença no Estado.
A taxa de ocupação está em 94,77% para UTIs adulto e em 66% para enfermarias adulto.
No total, até agora, foram registradas 6.696 mortes em decorrência do coronavírus no Estado.
A Secretaria de Saúde notificou, até a tarde de sexta-feira (19), 284.432 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso.
Dentre os dez municípios com maior número de casos de Covid-19 estão: Cuiabá (61.255), Rondonópolis (22.070), Várzea Grande (18.028), Sinop (14.197), Sorriso (11.089), Tangará da Serra (10.551), Lucas do Rio Verde (9.925), Primavera do Leste (8.428), Cáceres (6.246) e Nova Mutum (5.523).
Fonte: Diário de Cuiabá