Peixoto de Azevedo supera passado de violência e completa 118 dias sem nenhum assassinato

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Com 118 dias sem nenhum assassinato e com registro de três homicídios no período de 6 meses, o município de Peixoto de Azevedo (692 km ao Norte) nem de longe lembra a cidade que em fevereiro de 1988 presenciou um incêndio na casa do delegado, depredação da delegacia da cidade, além de ameaças aos policiais civis.

A policial civil Daise Beckmann Morel Luck, lotada atualmente no Ciosp, era um dos três policiais encurralados por uma população e garimpeiros furiosos. “Pedimos apoio da Polícia Militar, eles partiram para cima da PM. Os policiais deram uma rajada de tiros e dispersaram o povo. Dois policiais entraram na viatura e eu corri pelos fundos apenas com meu revólver e distintivo. Deixei a bolsa para atrás, eles queimaram tudo”, recorda-se do episódio.

Naquela época do auge da atividade de garimpo, dezenas de mortes ocorriam diariamente, lembra Daise. Muitos policiais morreram indo a campo investigando homicídios. Além dos crimes nos buracos de garimpo, havia os conflitos entre posseiros, assassinato de famílias.

Os anos se passaram e Peixoto de Azevedo se mantinha entre as cidades mais violentas do país e, consequentemente, de Mato Grosso. Pela série histórica da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), este é o melhor resultado do semestre dos últimos sete anos. Em 2015, por exemplo, foram 17 assassinatos em 6 meses e ano passado foram 15.

Para o secretário de Estado de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, os dados são resultado de ações das operações integradas das Polícias Judiciária Civil e da Polícia Militar, mas também do Poder Público que faz diferença no combate ao crime.

“Parece que o prefeito trocou as lâmpadas da cidade, a deixando mais bem iluminada, bem organizada, os roubos e furtos e homicídios diminuiram. É uma região que sempre teve disputa de terras e garimpo e demonstra que a pacificação chegou, o que diminui os índices”.

Redução dos homicídios

Na Região Integrada de Segurança Pública (Risp) de Guarantã do Norte, que reúne 9 municípios, teve ao todo, 17 casos de assassinatos no primeiro semestre de 2021. Uma redução de 29% se comparado ao mesmo período de 2020, quando foram registrados 24 homicídios.

Os municípios de Itaúba e Nova Guarita sequer registraram algum caso de assassinato. Novo Mundo teve um caso apenas, bem como Nova Santa Helena e Terra Nova do Norte.

A taxa de mortes a cada 100 mil habitantes é de 13,15 casos a cada 100 mil habitantes. No Brasil, a taxa é de 19,19 a cada 100 mil.

A Risp de Primavera do Leste, que reúne 6 municípios, tem taxa de 9,95 casos de assassinato a cada 100 mil habitantes e cidades como Gaúcha do Norte que sequer teve algum caso de homicídio no semestre.

Outra Risp que teve uma redução significativa foi a Risp de Sinop, que agrega 9 cidades, com taxa de 12,45 casos de assassinatos a cada 100 mil habitantes. A redução foi de 28% nos casos em relação ao ano anterior. Cidades como Santa Carmem, União do Sul e Vera não tiveram nenhum assassinato de janeiro a junho deste ano. Claudia e Ipiranga do Norte tiveram apenas 1 caso.

Em Mato Grosso, a redução no semestre foi de 8%.