Haitiano vende água e suco em semáforo de Cuiabá para trazer a Família do Haiti

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O haitiano Roselin Merilus, de 26 anos, está vendendo água, suco e água de coco em um semáforo de Cuiabá para juntar dinheiro e conseguir trazer a mulher e a filha de 2 anos para a capital. Ele precisa de cerca de R$ 20 mil para comprar as passagens e organizar os documentos necessários.

A jornalista Fernanda Renatè se comoveu com a história de Roselin e decidiu criar uma vaquinha online para ajudá-lo a arrecadar o dinheiro.

“Eu me comovi com a história e vi que ninguém que estava perto dele seria capaz de fazer. No meu horário de almoço fui até uma banquinha pegar os dados da conta do lojista que já cuida do dinheiro dele”, contou.

Roselin começa a trabalhar às 8h na Avenida Coronel Duarte, no bairro Porto. Ele coloca uma placa no semáforo com os valores dos produtos e só deixa o local às 18h.

Mulher e filha de 2 anos de Roselin Merilus — Foto: TVCA/Reprodução

Mulher e filha de 2 anos de Roselin Merilus — Foto: TVCA/Reprodução

Com o dinheiro que ganha, ele paga o aluguel do local onde mora, envia parte para a mulher que está no Haiti e guarda o restante para as passagens.

“Só (para a passagem) da minha esposa é preciso de R$ 14 mil, mas para as duas, de R$ 20 mil”, contou.

Para o haitiano, quanto mais a temperatura subir, melhor para as vendas. Ele vende a água a R$ 2,50, o suco a R$ 3 e a água de coco a R$ 5.

“Aqui para Cuiabá, o calor está bom demais. Eu gosto muito porque quando está mais calor, eu vendo mais e quando está frio, fico em casa”, disse.

Roselin paga as contas de onde mora, envia uma quanatia para a mulher e guarda o restante para as passagens — Foto: TVCA/Reprodução

Roselin paga as contas de onde mora, envia uma quanatia para a mulher e guarda o restante para as passagens — Foto: TVCA/Reprodução

Por um lado, o calor o ajuda a vender, mas por outro está trazendo certo prejuízo. Roselin corre o dia todo para atender os clientes e mesmo com um calçado fechado, o asfalto quente está provocado bolhas e calos nos pés.

“Meus pés estão doendo demais, agora eu tenho calo e quando toco no meu pé dói demais”, disse.

Anteriormente, o haitiano já tinha conseguido juntar R$ 6 mil, mas como não tem conta bancária deu o dinheiro para um amigo guardar e ele desapareceu com todo o valor.

Mesmo depois desse prejuízo, segue acreditando em dias melhores e que só com o trabalho vai conseguir realizar os seus sonhos.