Ainda a Ilha da Banana

Fonte: Eduardo Póvoas

Escutei semana passada uma entrevista do Deputado Wilson Santos ao jornal falado da Rádio Capital. Ao ser indagado pelo senador Antero P. de Barros sobre a denominação “Ilha da Banana”, o professor Wilson Santos afirmou que realmente não tinha conhecimento dessa denominação, e que como professor de História procurou saber a origem dela. Disse que em conversa com uma senhora moradora do local, ela havia lhe afirmado saber a origem dessa denominação e confessou-lhe que o ex Governador Silval Barbosa deu uma banana às pessoas que lhe indagavam sobre obras naquele local. Daí o nome “Ilha da Banana”. 

Deixo claro que o Professor Wilson Santos nada tem a ver com essa denominação. Ele apenas narrou uma conversa que teve com uma senhora moradora do local. 

Aqui vai minha opinião. 

Gente, alí ficavam  as lavras do Sutil, a maior jazida de ouro do Brasil, descoberta pelo bandeirante Miguel Sutil. Local histórico e de muita representatividade para nós cuiabanos que realmente amamos esta terra. 

Hoje nada mais é do que um amontoado de casas velhas abrigando usuários de drogas e toda espécie de delinquentes. A cidade implora URGENTEMENTE sua demolição e a justiça implora PACIENTEMENTE a sua manutenção contrariando os maiores interessados nisso, os munícipes. 

Agora, com todo respeito que o ex Governador Silval merece. Uma “banana” sua, viria prevalecer para o nome de um local histórico da cidade? Quem foi o cretino que deu tanta importância a uma “banana” do Silval? O que fez Silval para que, com uma simples “banana” denominar um local daquele importantíssimo para a história da cidade? 

Quem foi o puxa saco que sem ter conhecimento de nada e entendendo de história como eu entendo de painel de avião a jato, valorizou tanto uma “banana” de um homem que deixou um rasto de defunto na cidade? 

A imprensa também colabora com isso. Vire e mexe você lê em manchete:” Ilha da banana não será demolida” ou “Ilha da banana será demolida”. 

Ah gente tá na hora de se respeitar as origens e a história de uma cidade tricentenária. 

Nem Silval e nem ninguém tem o direito de pisotear as Lavras do Sutil, importantíssima para a historia da nossa cidade. Daqui a pouco alguém vai querer chamar o Rio Coxipó de Rio do Dito ou do Juca porque por ali andou de canoa um Dito ou um Juca. 

Vou propor o seguinte: a partir de hoje quem se referir àquele monte de entulho como “Ilha da banana” é um inculto por excelência e ainda mais, cretino por opção. Cuidem-se senhores editores! 

EDUARDO PÓVOAS- PÓS-GRADUADO PELA UFRJ