Estudantes do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) fizeram uma manifestação em apoio ao aluno de 16 anos, que é portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e sofria bullying na instituição há um ano. Na manhã desta terça-feira (3), os jovens pintaram cartazes e cobraram os responsáveis no campus Cuiabá.
Os alunos organizaram a manifestação logo após a jornalista e mãe do adolescente, Juliana Arini, registrar o terceiro boletim de ocorrência de agressão na unidade escolar na última segunda-feira (2). Na ocasião, o estudante descia uma escada, quando foi empurrado pelos agressores. Em reunião com a reitoria, a mãe do aluno acertou a transferência dele para outro campus da instituição.
De acordo a presidente do Grêmio Estudantil, Amanda Acosta, essa não seria a primeira vez que o adolescente vem passando por humilhações, sendo que a escola não toma medidas para evitá-las. “Fizemos uma manifestação pacifica, porque nós estamos insatisfeitos com a posição que a escola vem tomando nos últimos tempos”, disse a aluna do 3º Ano de Eventos ao Gazeta Digital.
Além do bullying sofrido pelo aluno, a presidente relata que outras situações envolvendo os adolescentes são negligenciadas pela instituição. “Não foi só com ele que aconteceu isso. A escola fica inerte em muitos casos de abuso, de assédio em relação a professor, servidores, bullying… então é por todos esses casos, em que a escola se omite, se cala e não toma nenhuma atitude e os alunos continuam sendo vítimas. E as pessoas que praticam essas coisas ruins continuam impunes”, detalha.
Reunião com a reitoria
A mãe do estudante se reuniu com o pró-reitor do IFMT, André de Oliveira Câmara nesta terça-feira. Conforme a ata da reunião, Juliana expôs todas as agressões que o filho passa, desde que ingressou na instituição em 2018.
Em setembro do ano passado, ele foi jogado pelos bullies (agressores que praticam bullying) do primeiro andar do IFMT, caindo no telhado do anfiteatro Hélio Vieira, que está em construção. Ele não sofreu lesões mais graves porque um tapume o segurou.
O pró-reitor explicou sobre a estrutura administrativa do IFMT, e que ele e o reitor, William Silva de Paula, tomaram conhecimento da última agressão na segunda-feira. Além disso, uma assistente social se solidarizou a apontar políticas para se trabalhar na Assistência Estudantil do IFMT.
Ao final, Câmara garantiu transferir o aluno para o Campus Bela Vista, podendo iniciar as aulas na próxima segunda-feira (09). Além disso, ficou acordada a solicitação das imagens das câmeras de segurança no dia do incidente do anfiteatro, acompanhamento dos estudantes que apoiaram o jovem e orientação do departamento sobre o plano pedagógico com inclusão para alunos autistas.
Veja o vídeo da manifestação
Fonte: Gazeta Digital
