Após 14 horas de sessão, vereador Abílio tem mandato cassado

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Após 14 horas de sessão, o vereador Abílio Júnior (PSC) teve o mandato cassado por quebra de decoro e abuso das prerrogativas como parlamentar. Por 14 votos a 11, os vereadores decidiram pelo fim do mandato de Abílio, que marcou seus três anos e dois meses na câmara pelo modo taxativo como fez oposição ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).

Os vereadores que votaram pela cassação de Abílio, foram: Misael Galvão, Marco Veloso, Adevair Cabral, Orivaldo da Farmácia, Chico 2000, Ricardo Saad, Dr Xavier, Juca do Guaraná, Justino Malheiros, Luis Cláudio, Marcrean Santos, Mario Nadaf, Renivaldo Nascimento e Toninho de Souza.

Já os parlamentares – além de Abílio – que foram contra a cassação, são: Vinycius Hugney, Diego Guimarães, Dilemário Alencar, Felipe Welaton, Gilberto Figueiredo, Lilo Pinheiro, Sargento Joelson, Wilson Kero Kero e Marcelo Bussiki e Clebinho Borges, que diferente da primeira votação, na qual se absteve, votou pela permanência de Abílio.

O resultado foi parecido ao da primeira votação que aconteceu horas antes e, que rejeitou o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que indicava o arquivamento do processo contra Abílio.

Sessão interminável

A segunda parte da sessão de cassação começou por volta das 18h e ultrapassou as 22h. A votação aconteceu por volta das 21h50, e o mandato de Abílio foi declarado cassado exatamente às 21h53.

Após pouco mais de uma hora de leitura do relatório da Comissão de Ética e Decoro da Câmara – que apresentou parecer favorável pela cassação – cada vereador teve o direito de fazer cinco minutos de discussão.

Abílio utilizou de seu tempo para afirmar que não precisava do voto dos vereadores da base do prefeito, e nem de “conversinha nos cantos” com os parlamentares que querem vê-lo longe da Câmara Municipal de Cuiabá.

Sessão não teve intervalo para almoço e não foi interrompida em nenhum momento ao longo das 13 horas de duração (Foto: Francinei Marans)

O parlamentar também disse, que apesar de seu advogado Carlos Rafael insistir que na judicialização do seu processo de cassação, o vereador justificou que queria expor as “vísceras da Câmara” e mostrar os vereadores que estão “dentro do paletó” do prefeito Emanuel Pinheiro.

“Não vou negociar, não vou chamar no cantinho para conversar, não faço questão. Não converso com corrupto e não converso com canalha. Se é uma raça de víbora, é assim que será chamado. Se é para me cassar, que casse”, disparou.

Enfrentamento

O vereador Diego Guimarães (PP), também da oposição, afirmou que a cassação estava sendo uma “batalha espiritual”.

Por coincidência – ou não – enquanto Diego discursava, o vereador Abílio começou a provocar os vereadores da base segurando um grande cheque de isopor com a foto do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e, fazendo alusão à possível distribuição de propina para que o mandato do vereador fosse cassado.

O vereador Dr. Xavier, sentiu-se ofendido com a provocação e partiu para cima de Abílio, quebrando o cheque. Logo em seguida, ao utilizar a tribuna, o parlamentar se defendeu e aproveitou para enfrentar Abílio.

“O povo cuiabano tem que saber, que o vereador Abílio fez o contrário do que diz: que ajudou a saúde. Foram tantos processos que ele ajuizou que atrasou a saúde. Então não vem com moralidade. Não aceito”, afirmou.

Fonte: O Livre