Após declaração de Mauro, deputados estudam trocar VLT por outro modal

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Iniciadas em 2012 e com um custo que já ultrapassa R$ 1 bilhão, as obras do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) podem ser descartadas sem que o trem tenha rodado 1 km sequer. A possibilidade tem sido aventada por deputados estaduais, após declaração do governador Mauro Mendes (DEM), que citou subsídio de R$ 80 milhões, falta de passageiros e praticamente descartou a instalação do meio de transporte na região metropolitana de Cuiabá.  Uma das opções seria substituir o VLT por outro modal, a exemplo do Bus Rapid Transit (BRT).

“O governador Mauro Mendes não tomou ainda uma decisão que vai ser o BRT o modal escolhido, mas é preciso tomar medidas que resolvam os problemas das Avenidas da FEB, em Várzea Grande, e Fernando Correa da Costa e a do CPA, em Cuiabá, que estão em péssimas condições de trafegabilidade. O governo precisa tomar uma decisão. Hoje, o estado de Mato Grosso não tem condições financeiras de bancar os subsídios das passagens do VLT. Mas a decisão de implantação do VLT ou BRT cabe ao governador Mauro Mendes. Temos que nos preocupar com o futuro. Quem vai dar o subsidio das passagens e fazer as manutenções dos vagões para que o passageiro não tenha que pagar mais caro pela passagem?”, questionou o deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), líder do Governo na Assembleia Legislativa.

Programado justamente para substituir a proposta Bus Rapid Transit (BRT), que curiosamente era uma opção mais barata, o VLT foi apresentado pelo ex-governador Silval Barbosa e por vários deputados da época como “um avanço” para o Estado.

No início deste mês, em entrevista à TV Vila Real, o governador Mauro Mendes disse que será muito difícil que as obras do VLT tenham uma continuidade. O chefe do Executivo citou que o Estado teria que desembolsar algo em torno de R$ 80 milhões para subsidiar a passagem. Além disso, comparou o modal com o do Rio de Janeiro, onde a Prefeitura está tendo prejuízo e o meio de transporte não tem um número suficiente de passageiros.

Mauro Mendes ainda lembrou que existe um imbróglio jurídico que cerca as obras do VLT. Ao todo, são três ações que tramitam na Justiça. Por conta disto, ele confirmou que uma das alternativas que está sendo estudada neste momento é converter para outro modal, sendo uma solução mais barata na implantação e operação.

Em discussão com colegas parlamentares na última semana, Dal’Bosco disse que o custo aos cofres públicos do Estado deve chegar à casa dos R$ 10 milhões ao mês, para subsidiar as passagens. Segundo ele, o gasto não é somente com a passagem, mas também com o custo da manutenção dos vagões e dos trilhos e com o gasto com a subestação de energia elétrica que é elevado e em tempo integral.

Para o deputado, é preciso convocar os Ministérios Públicos Federal e do Estado para alinhar um entendimento. Ele afirmou que os municípios de Cuiabá e Várzea Grande não têm a capacidade de fluxo de passageiros para equilibrar os gastos com o VLT.

“No período que não é de pico (volume maior de passageiros), menos da metade dos ônibus estão circulando nas duas cidades porque vai para o pátio das empresas. Só no horário de pico que têm passageiros. O governo não tem condições financeiras para manter o VLT com poucos usuários utilizando o transporte público, porque o custo é elevado”, explicou o líder do Governo.

Fonte: Olhar Direto