Após reportagem no programa Fantástico, da Globo, sobre uma possível agressão do vice-governador Otaviano Pivetta (sem partido) em sua esposa Viviane Kawamoto, Pivetta distribuiu à imprensa uma ‘Carta Aberta’ em que nega a agressão.
“Jamais agredi Viviane Kawamoto. Em respeito às crianças, filhos de Viviane a quem passei a amar como parte da minha família, até hoje me mantive em silêncio sobre as falsas acusações que ela me faz”, afirma a carta de Pivetta.
“O processo está em segredo de justiça. Diante da divulgação por ela promovida, é necessário reafirmar: Nunca agredi Viviane, apesar de toda violência física, psicológica e financeira que passei a sofrer em nossa convivência recente”, continua.
Em seguida, o vice-governador lembra que tem 62 anos e três ex-esposas, antes de Viviane, alega que mantém excelente relacionamento com todas elas, mesmo após as separações.
Conclui a nota repudiando qualquer violência contra a mulher, lembrando ser pais de duas filhas e avô de uma neta. “Estou com a consciência tranquila e confiante na Justiça, que vai mostrar a verdade sobre o que aconteceu”.
FANTÁSTICO – Na entrevista ao programa Fantástico, Viviane Kawamoto relatou que o casamento deles foi conturbado, tendo como fim o episódio em que diz ter sofrido agressão por parte do vice-governador. “Nosso casamento era sempre assim. Uma discussão, vamos separar”, afirmou Viviane.
Já Pivetta, tem uma avaliação diferente sobre o período de 3 anos em que estiveram juntos. “Nosso casamento era normal, salvo algumas situações que fogem da normalidade”, assinalou.
Sobre o episódio no Balneário de Itapema (SC), em 7 de julho último, Kaeamoto disse que o casamento estava em crise e ela foi depois para o apartamento do então marido. Segundo ela, para botar um ponto final na relação. “Tinha objetos pessoais meus. Fui buscar as minhas coisas e terminar a relação de forma amistosa”, detalhou.
Viviane disse que eles trocaram algumas ofensas e ela decidiu dormir no quarto de hóspedes. Como o quarto não tem chave, ela decidiu botar uma cômoda para “travar” a porta.
Otaviano Pivetta e a mulher, Viviane Cristina Kawamoto
Porém, pouco depois, Pivetta bateu no quarto com discurso amistoso. “Abre pra gente orar e ficar bem. Aí, depois ele disse vamos na sala para a gente conversar só uma coisinha para a gente ficar tranquilo. Eu concordei e foi o momento de encostar a cabeça e elepegou as duas mãos e começou a estrangular meu pescoço”.
Ela relatou que não acreditava na situação, pois eles tinham acabado de fazer uma oração. “Dei empurrão com pé e corri pro quarto. Ele veio atrás de mim no momento em que comecei a gritar e tapou a minha boca. Na oportunidade que tive, mordi a mão dele pra me desvencilhar e corri pro banheiro”, prosseguiu. Só saiu do banheiro quando percebeu que Pivetta não estava mais no local. Desceu do prédio e acionou a Polícia Militar, denunciando que havia sido espancada pelo marido.
Já Pivetta nega ter agredido a ex. Ele contou ter sido alvo de agressões verbais e apenas se defendeu quando ela tentou agredi-lo fisicamente. “Me agrediu com palavras durante o dia todo e, durante a noite, ela veio para as vias de foto e me agrediu. E, numa defesa, devo ter causado alguma lesão nela. Em nenhum momento a agredi. Ela avançou em mim e eu me defendi”.
Ainda apontou que as marcas da ex-mulher poderiam ser decorrência de uma alergia a bebida. “Ela não teve lesão nenhuma. Ainda mais quando toma vinho, ela tem alergia, fica toda vermelha, incha o rosto. É normal isso”.
Viviane e Pivetta passaram por avaliação do Corpo de Bombeiros. Viviane tinha lesões e escoriações no crânio, lábios e coxa esquerda. Já Pivetta, tinha lesões num dedo, tórax e bolsa escrotal.
Na viatura, ambos começaram a falar que não tinha ocorrido agressões. Porém, em depoimento ao delegado, Viviane voltou a relatar as agressões, enquanto Pivetta manteve a tese de que apenas se defendeu, mas não se lembrava dos detalhes.
O delegado decretou a prisão em flagrante de Pivetta por violência doméstica. Porém, arbitrou uma fiança de mais de R$ 6 mil para ele ser solto.
Após o episódio em Santa Catarina, o então casal retornou em voos separados para Cuiabá. Porém, em solo mato-grossense chegou a ensaiar uma tentativa de reconciliação. “Nós reataríamos, desde que cada um ficasse em domicílio diferente”.
Depois, Viviane comentou sobre o vídeo em que gravou negando as agressões. Segundo ela, houve pressão por parte de funcionários do gabinete do vice-governador. “Disseram para mim, não está convincente, grava outro. Apaga e grava outro”.
Pivetta nega participação no vídeo gravado pela ex. “Não pedi. Ela estava ansiosa para se retratar”, garantiu.
Além do vídeo, Viviane aponta outras formas de pressão por parte de Pivetta. Entre elas, a assinatura de uma escritura pública de declaração, em que assume que estava sob efeito de medicação e havia consumido vinho, o que a teria deixado alterada. “Mas eu falei que não estava embriagada, eu tomei remédio. Ela falou: ‘é assim, se não for assim, eles não vai aceitar’. Eu falei que estaria mentindo e ele disse que se não fosse assim ele seria condenado”.
A defesa de Viviane entrou na Justiça pedindo medida protetiva. Apresentou como provas a prisão em flagrante dele, a escritura pública em que muda a versão dos fatos sob pressão do ex-marido e um boletim de ocorrência em que relata a tentativa de reaproximação.
Na decisão, a Justiça de Mato Grosso concedeu a medida protetiva e determinou que Pivetta não se aproxime da ex por uma distância de 500 metros. Ainda determinou pagamento de pensão de R$ 10 mil para Viviane.
Pivetta afirmou que sua defesa vai tomar medidas contra as falsas acusações.
Lei abaixo a Carta Aberta divulgada por Pivetta:
CARTA ABERTA
Jamais agredi Viviane Kawamoto. Em respeito às crianças, filhos de Viviane a quem passei a amar como parte da minha família, até hoje me mantive em silêncio sobre as falsas acusações que ela me faz.
O processo está em segredo de justiça. Diante da divulgação por ela promovida, é necessário reafirmar: Nunca agredi Viviane, apesar de toda violência física, psicológica e financeira que passei a sofrer em nossa convivência recente.
Tenho 62 anos e três ex-esposas, antes de Viviane. Com todas sempre mantive excelente relacionamento, mesmo após as separações.
Sou pai de seis filhos, sendo duas mulheres, e avô de quatro netos, sendo uma menina. Repudio toda e qualquer violência contra a mulher.
Minha história de vida é de respeito e de superação, tendo a felicidade de construir empresas que geram milhares de empregos para homens e mulheres trabalhadoras, que de lá tiram o sustento de suas famílias.
Estou com a consciência tranquila e confiante na Justiça, que vai mostrar a verdade sobre o que aconteceu. Estou muito triste por esta tentativa espúria de manchar minha história e destruir minha reputação.
Pela conduta reta e íntegra justamente ensinada por meus pais, sou uma pessoa que assume suas responsabilidades e não foge das adversidades.
Em breve o caso estará esclarecido e resolvido para restaurar não apenas minha honra, mas dos meus pais, filhos e netos.
OTAVIANO PIVETTA
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Fonte: Diário de Cuiabá