O presidente da Assembleia, deputado Eduardo Botelho (PSB), se mostrou favorável à retomada imediata das obras do VLT e contrário à paralisação conforme aponta relatório da CPI das Obras da Copa. Ele explicou as articulações feitas na Assembleia, por ele e pelo secretário de Cidades, Wilson Santos (PSDB), para impedir nova paralisação da obra justo no momento em que o Governo do Estado conseguiu destravar a obra e firmar novo contrato de R$ 922 milhões com o con´sorcio VLT.
Contudo, Botelho afirmou, nesta terça-feira (11), que não há mais como segurar a votação do relatório e nem como mudar conteúdo do documento sem o consentimento maciço dos deputados membros da Comissão. Para ele, resta agora o plenário da AL votar e decidir o futuro do metrô de superfície.
“O relatório só vai ser modificado se houver entendimento de todos os deputados da CPI, eu enquanto presidente da AL não posso mudar em nada. Posso sugerir, agora quem decide são eles, o que eles fizerem eu vou colocar em plenário. Só pode ser alterado o relatório deles com a maioria do plenário que pode aprovar ou reprovar os encaminhamentos dados pela CPI”, frisou Botelho em entrevista à Rádio Capital, 101.9 FM. Além da paralisação da obra, o relatório da CPI recomenda a punição do consórcio e de 96 agentes públicos e dirigentes das empresas pela malversação do dinheiro público. O relatório também aponta que o Governo não coloque mais nenhum centavo de recursos públicos no modal e só finalize a obra se for com recursos privados, por meio de Parceria Público Privada (PPP).
Botelho também esclareceu que segurou votação do relatório da CPI da Copa, que está desde o final do ano passado na presidência, porque entendeu que o documento prejudicaria o destravamento da obra do VLT, que na opinião dele, é de interesse público. O presidente da AL garantiu que a decisão foi pessoal e que não houve qualquer interferência ou pedido do governador quanto a isso.“O governador nunca me pediu para não votar este relatório. Nunca! Foi entendimento meu que acho que deveria ter esta discussão, pois a população quer a obra concluída (…). Após ver as recomendações do relatório eu o devolvi à comissão para eles fazerem uma reavaliação mais criteriosa sobre a questão da continuidade, uma vez que já se gastou muito dinheiro nesta obra, uma vez que a população toda da grande Cuiabá sonha com esta obra. A CPI é soberana, se ela entender que deve manter tudo o que está lá eu vou colocar em votação do jeito que está. Eu não tenho autoridade para mexer em nada!”, frisou.
Botelho confirmou que o secretário de Cidades, Wilson Santos (PSDB), se licenciou da Secid para retornar à Assembleia Legislativa com a missão de defender junto aos deputados a continuidade do VLT. Ele também ponderou que o governador Pedro Taques (PSDB) não gostou da decisão de Santos, mas respeitou. “Ele já havia me comunicado que iria voltar para a AL para isso e assim que ele fizesse o papel dele aqui ele retornaria para a secretaria”, ponderou. A tarefa será árdua. Até o momento o deputado Oscar Bezerra (PSB), que presidiu esta CPI, se mostra irredutível quanto a mudar os encaminhamentos dados pelo relatório. Ele diz que o contrato firmado pelo Governo passado com o consórcio tem irregularidades insanáveis e que este assunto poderá ir parar na Justiça novamente.
Botelho acredita que dentro de duas semanas a AL consegue “passar este assunto a limpo”, a tempo de não prejudicar o prazo do Governo de retomada das obras para o mês de maio.