Atendimentos médicos de crianças aumentam 48% em Cuiabá após volta às aulas

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Atendimentos médicos de crianças com sintomas da covid-19 têm chamado atenção nas últimas semanas em Cuiabá e alguns profissionais da saúde alertam para um sensível um aumento nos casos da doença, mesmo que de forma não grave, entre os pequenos. O serviço de Pronto-Atendimento da Unimed registrou um crescimento de 48% na procura por crianças com sintomas gripais supeitos de infecção por coronavírus entre julho e agosto (até dia 15). O volume foi maior em comparação ao mês de junho, que registrou uma média de 16 consultas por dia, subindo para 25 diárias no período seguinte, como informou a cooperativa médica.

Dados da Secretaria Estado de Saúde (SES) apontam que até ontem (16), 20.565 crianças foram diagnosticadas com a covid-19 no Estado. Nesse universo, 58,3% (12.003) dos casos ocorreram em crianças menores de 5 anos e quase 22% deles são de pacientes da Baixada Cuiabana.

De acordo com os dados, as internações aumentaram até 3 pontos percentuais em algumas faixas se comparadas de janeiro até agora, mas se mantêm estáveis desde abril. Em janeiro, eram de 0,8% em pacientes com até 1 ano, 0,9%, de 2 a 5 anos, 1,2%, de 6 a 10 anos, e de 5,9% em adolescentes de 11 a 19 anos. De abril até agosto, elas se mantêm em 1%, 1,7%, 2,2% e 8,8%, respectivamente.

“A princípio, pensamos que era uma gripe qualquer, já que ele teve todos os sintomas de uma”. A afirmação é de Patrícia Lemos, 30, que mora em Cuiabá e teve diagnóstico de covid no filho Gabriel, de 2 anos, em junho deste ano. A criança faz parte do grupo em que as estatísticas apontam a prevalência da forma não grave da doença e lembra que Gabriel teve sintomas leves. A covid só foi descoberta porque em seguida o pai apresentou sintomas. “Meu marido teve que fazer o teste por causa da empresa e deu positivo. Daí, então, testamos ele, que também positivou”. De acordo com a mãe, a criança se recuperou muito bem, não precisou de internação e não teve nenhuma sequela por causa da doença.

Pediatra, o pneumologista Arlan Azevedo explica que de forma geral as crianças, quando não há comorbidade, são atingidas de forma mais leve pela doença e que não houve aumento no número de internações nessa faixa etária. Mas que foi perceptível uma maior procura ambulatorial por causa da doença. Em alguns dos casos, como os sintomas na maioria das vezes são leves, a procura se dá associada aos sintomas clássicos do clima seco e da baixa umidade do ar em todo Estado, em especial na Capital.

Nesse sentido, o médico alerta para a importância da imunização dos pequenos contra a gripe, em especial em tempos de pandemia. Dados do Ministério da Saúde apontam que em Mato Grosso apenas 65,9% das crianças foram imunizadas contra a gripe. Em Cuiabá, o número de imunizados nessa faixa etária é ainda menor ficando em 49,6%. “Muitos sintomas são parecidos com o da gripe, são leves e os pais até acham que é gripe. Mas se esquecem que a gripe também pode chegar a forma grave e matar. Por isso, é importante que levem as crianças para vacinar contra a gripe”.

Fonte: Folhamax