Aumentam mortes de cuiabanos em casa; calor pode estar relacionado

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Os dados de janeiro a julho mostram crescimento nas mortes em residências por causas naturais na Baixada Cuiabana, fator que pode estar ligado à onda de calor deste ano. Segundo dados da Central 192 do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) de Cuiabá, que atende a 13 municípios, foram 531 óbitos nesse período de tempo em 2019, contra 728 este ano.

Os números de agosto e setembro de 2020, meses em que as temperaturas subiram ainda mais na cidade, frequentemente passando dos 40º, não estão consolidados, mas a tendência também é de um salto nesses tipos de mortes.

“O aumento no número de óbitos em residência chama a atenção dos profissionais de saúde. E o calor pode ser sim o fator desse aumento, não diretamente como causa, mas sim, agravando quadro de patologias pré-existentes que podem levar o indivíduo à morte”, disse o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Mato Grosso, enfermeiro Weldo Ferreira dos Santos.

Santos observa que o Samu não tem como apontar as causas exatas dessas morte, porque para isso seriam necessárias autópsias, e que a instituição somente atesta o óbito. “Como este ano vivemos um calor atípico com atos picos de temperatura, isso pode estar agravando a saúde de idosos devido ao comprometimento cardiovascular, desidratação etc”, disse o coordenador.

Os idosos estão entre os grupos mais vulneráveis aos efeitos do calorão no organismo. Somente em Rondonópolis, cidade a 210 km de Cuiabá, pelo menos 35 idosos morreram dentro de casa, num intervalo de três semanas, por complicações provocadas pelo calor, como a desidratação, diretora da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), Vânia Scapin.

Especialistas alertam que nesses períodos de calor extremo é preciso beber mais água, vestir roupas leves e evitar comidas pesadas. Outra dica é fazer compressas de água fria, a fim de tentar reduzir a temperatura do corpo.

Na primeira semana de outubro, o Instituto Nacional de Meteorologia emitiu alerta para o perigo de morte em 88 cidades mato-grossense, por causa do risco de hipertermia –aumento excessivo da temperatura corporal. Esses tipos de alertas ocorrem quando o calor fica cerca de 5° acima da média por alguns dias.

Fonte: Repórter MT