Câmara aprova taxação e Uber terá cobrança por quilômetro rodado

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A Câmara de Vereadores de Cuiabá aprovou a taxação dos aplicativos de transporte, similares ao Uber, na capital mato-grossense. A conturbada sessão, ocorrida nesta quinta-feira (14), terminou com 13 votos a favor e oito contra a estes ítens. Com isto, as empresas serão cobradas em R$ 0,05 centavos por quilômetro rodado e os condutores pagarão R$ 155 de taxa de vistoria. No meio da manhã, dois parlamentares por pouco não chegaram às vias de fato.

O projeto irá instaurar uma taxa de licença de funcionamento das operadoras similares a Uber. O valor será de R$ 0,05 por quilômetro rodado. Além disto, também será cobrada uma taxa de R$ 155 por vistoria nestes veículos que desempenham este tipo de trabalho.

Antes, os taxistas ameaçaram fazer uma paralisação geral na cidade, caso o projeto não fosse aprovado pela Câmara Municipal. Após a maioria de votos sim, vários trabalhadores da categoria que estavam na Casa de Leis comemoraram.

Contrário à taxação, o vereador Abílio Júnior (PSC) questionou como será feita a fiscalização da vistoria nos veículos: “Se me pegar como um passageiro, junto com um Uber, vou falar que não sou cliente, que estou pegando carona e dando uma ajuda no combustível. Não vou ajudar a sustentar uma máfia de empresa de táxi. Os aplicativos não vão morrer e a prefeitura não tem capacidade de fiscalizar. Quem faz vistoria de veículos privados é o Departamento Estadual de Trânsito (Detran)”.

O vereador Toninho de Souza (PSD), que é a favor da taxação, colocou suas explicações sobre o projeto. “A população quer andar de táxi e Uber. Este projeto, votado hoje, dará estas condições, vai igualar as categorias. Dizer que vamos encarecer o serviço, tirar dinheiro dos motoristas de Uber, é mentira. Ano passado, votamos um projeto que deveria ser de 5%, deixamos em 2,5% de regulamentação da empresa, que é rica e internacional. O dinheiro agora vem para Cuiabá. A quilometragem vai ser cobrada da empresa e não do passageiro ou motorista”.

Outro parlamentar contrário à taxação, Diego Guimarães (PP), questionou os taxistas sobre os benefícios que poderiam ganhar com estas discussões. “Vocês estão perdendo oportunidade para melhorar o serviço de vocês. Criaram regras e taxas que vão prejudicar outra categoria e vai deixar vocês no mesmo lugar. Falei diversas vezes que sou parceiro para melhorar. Mas ao invés de procurar melhoria para vocês, acabaram prejudicando os outros. Ninguém segura a tecnologia. O que vai ser feito hoje é retrógrado”.

Renivaldo Nascimento (PSDB), que se envolveu em uma confusão com o vereador Abílio Júnior durante a sessão, foi outro a votar favorável. “Cuiabá deixa de receber R$ 400 mil por mês e este dinheiro está indo para a cidade de São Paulo, haja vista que quem recolhe é a plataforma Uber. Uma mentira danada é de alguns vereadores, já que não está se criando nenhuma tributação que já não seja pago pela plataforma para o município paulista”.

Confusão

Os vereadores Abílio Junior (PSC) e Renivaldo Nascimento (PSDB) se envolveram em uma confusãio durante sessão realizada nesta quinta-feira (14), que trata sobre a taxação de aplicativos de transporte, em Cuiabá. A temperatura subiu após uma fala do parlamentar de oposição, que se mostrou favorável ao Uber. O tucano, após ter a passagem barrada por Abílio, empurra o colega e chega a fazer menção de desferir um golpe.

O presidente do Movimento Brasil Livre de Mato Grosso (MBL), Rafael Milas, disse que a confusão se instalou após uma fala do vereador Abílio no plenário. “Eu aplaudi a fala do Abílio, foi muito boa, no aplauso da fala ele [Renivaldo] veio para cima de mim e dizendo que eu não podia estar ali e isso mostra claramente de que lado ele está e a que interesse ele está defendendo, que é dos táxis, por motivos escusos, que nós não sabemos ainda”.

O vereador Renivaldo Nascimento também deu a sua versão sobre a confusão. “Não posso aceitar pacificamente que pessoas externas venham tumultuar aqui. Esta oposição raivosa ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) tumultua a sessão. É preciso respeito, isto aqui é um parlamento. O direito de colocar sua opinião tem que ser respeitado”.

“Não parti para cima dele, não teve via de fatos, só discussões. Não vi nenhum excesso. Um cidadão estranho ao local onde deveria estar, pedimos para que fosse retirado”, completou Renivaldo.


Fonte: Olhar Direto