O setor de carne bovina em Mato Grosso registrou alta de 23,5% no faturamento de agosto, quando comparado a julho. O aumento da receita ocorre em meio a valorização do produto nos mercados e aumento da demanda de países como a China, que foi responsável por quase 62% das exportações mato-grossenses no período.
A vizinha Argentina também ajudou o estado atingir o resultado. A contribuição ocorreu com a saída das indústrias argentinas do mercado internacional, devido à proibição de exportações de carne, em uma tentativa do governo de conter a inflação no país.
Com a vaga deixada pela Argentina e outras interferências geopolíticas, o Brasil compensou a falta de carne bovina no maior mercado consumidor da proteína, a China.
“Esse movimento de alta nos envios de agosto foi um reflexo das limitações no volume exportado pela Argentina, somado com o baixo rebanho da Austrália e conflitos políticos entre o país da Oceania com a China – principal consumidora da proteína”, afirma o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). No caso da Austrália, o país ainda se recupera das perdas ocorridas durante episódios de secas e enchentes.
O cenário criado em agosto de 2021 permitiu que Mato Grosso registrasse recorde no volume total de carne bovina exportada, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O estado exportou 50,18 mil toneladas em equivalente por carcaça, volume 20,94% superior ao registrado em julho deste ano.
Em valores, a receita de exportação de Mato Grosso registrou o maior pico em agosto, com acréscimo de 23,5% do valor ante o mês de julho. Conforme a Secex, a receita saiu de US$ 172,50 mil para US$ 213,03 mil em agosto.
Apesar do balanço positivo das exportações de agosto, o acumulado de 2021 apresenta queda nos envios. Entre janeiro e agosto deste ano, o estado exportou 5,32% menos que 2020, ano recorde de escoamento. No entanto, a redução não interferiu no faturamento do setor, que teve alta de 7,92% na receita.
Fonte: Estadão de MT