Clínica de Cuiabá começa os testes com plasma em pacientes com Covid-19

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Realizado em Mato Grosso pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do estado (Hemosan – MT), o projeto do “Plasma Convalescente” começou a ser aplicado em pacientes com Covid-19 na última sexta-feira (3) em um hospital privado de Cuiabá, a Clínica Femina.

O experimento vem sendo desenvolvido em vários países do mundo na expectativa de ser um tratamento satisfatório para pessoas infectadas pelo coronavírus.

A terapia tem o objetivo de curar pacientes com a doença a partir do plasma sanguíneo de outras pessoas  que já foram contaminadas pelos vírus e hoje estão recuperadas.

Segundo a médica Hematologista e Hemoterapeuta do Hemosan, Paloma Valk, o método de tratamento teve início na China e já vem sendo usado em vários países para tentar o tratamento da doença.

Quando uma pessoa diagnostica com a Covid-19 cria em seu sistema imunológico anticorpos para combater o vírus, a parte líquida do sangue, o chamado plasma, é que possui esses anticorpos de combate à infecção, daí se dá o ‘plasma convalescente’.

“O plasma convalescente é o plasma de um doador que já teve a Covid, combateu a doença e está curado, então, ele tem uma imunidade forte para combater a doença e nosso objetivo da transfusão com ele é que a pessoa receba o anticorpo para combater o vírus mais rápido do que esperar o corpo dela próprio desenvolver, porque eu estou dando anticorpos potentes para parar a progressão da doença e o paciente se recuperar mais rápido”, explicou a médica responsável pelo projeto.

Em Cuiabá, por enquanto, só o Hemosan está desenvolvendo o projeto que segue as orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e já passou pelos últimos ajustes para ser submetido a avaliação final do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

APENAS PARA HOMENS

Atualmente, o Hemosan se limita em receber doações de sangue para a pesquisa apenas de pessoas do sexo masculino, por falta de testes específicos no estado para serem realizados em plasma de mulheres.

“O que acontece é que as mulheres podem desenvolver anticorpos que podem estar associados a reações potencialmente graves nos receptores da transfusão […] a gente precisa pesquisá-los antes de fazer a transfusão para que seja compatível com o doador e eu não tenho a capacidade de fazer essa pesquisa aqui no MT”, explicou Paloma Valk.

O primeiro hospital a iniciar o tratamento em pacientes com Covid-19 da terapia do plasma foi o Hospital Femina, mas segundo a médica, o tratamento está disponível a todos os pacientes e unidades de saúde que o Hemosan atende.

Paloma explicou que ainda não houve tempo suficiente, levando em conta que o primeiro paciente começou o tratamento com a terapia no dia 3 de julho, para os médicos pesquisadores avaliarem a efetividade do tratamento.

O Hemosan segue recebendo doações. Os interessados em doar devem ser do sexo masculino, precisam apresentar o teste positivo para a Covid-19, ter terminado os 14 dias de isolamento e tratamento, não ter mais os sintomas, não ter nenhuma restrição que impeça ele de ser doador de sangue e apresentar o exame negativo do Covid-19, pós-tratamento.

Fonte: Hipernotícias