Com umidade em 7%, clima em Cuiabá está mais seco que deserto do Saara

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Em Cuiabá, as queimadas contribuem para o calorão que está fazendo lá. E a gente ainda está no inverno.

Por causa das queimadas, Cuiabá está coberta de fumaça. O ar fica poluído e seco. “Acabei de olhar aqui, 7% a umidade. Não sei se é verdade”, diz a auxiliar administrativa Venância Batista e Silva.

É verdade, sim. A umidade chegou mesmo a 7% nesta sexta-feira (6). Mais seco do que no deserto do Saara, onde a umidade varia entre 10% e 15%.

Nesta sexta, a temperatura chegou a 42ºC. Haja água mineral para aliviar. “Eu pensei em comprar outra coisa, né? Mas como está muito quente, eu achei melhor comprar uma garrafinha de água para hidratar mais, né?”, conta a estudante Jhulye Aparecida da Silva.

Quando você ouve falar em Cuiabá, uma das primeiras coisas que vem à cabeça é o calor. A fama é justa, viu? Não vamos negar, não. É uma das cidades mais quentes do Brasil e essa é a época do ano é mais quente na cidade. Esse calor todo tem muito a ver com a geografia do município. É como se o cuiabano vivesse dentro de uma espécie de “panela”.

“Nós estamos aqui próximos a transição para o planalto, estamos próximos a escarpa da Chapada dos Guimarães, e essa escarpa cria uma barreira física, que faz com que nós tenhamos uma redução da velocidade do vento”, explica o climatologista José Carlos Ogeda Júnior.

Os paredões da Chapada dos Guimarães bloqueiam o vento na parte baixa. Na parte de cima, ele passa direto e o cuiabano nem sente. Próxima à Linha do Equador, a cidade recebe raios solares mais intensos. Quando batem no chão, o calor se espalha para os lados e fica preso nas montanhas.

Mas o homem também vem atrapalhando a natureza. Além das queimadas provocadas, em 30 anos, Cuiabá perdeu 550 quilômetros quadrados de áreas verdes. Isso é mais do que a área da cidade de Maceió. As árvores ajudam a regular o clima. Se elas diminuem, o calor aumenta.

Fonte: Folhamax