Desde o dia 11 de março a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou como pandemia a contaminação do novo coronavírus (COVID-19). Mais do que levar como critério a gravidade e letalidade da doença, a declaração do órgão considera como uma das características principais a rápida disseminação geográfica do vírus e sua alta infectividade.
A palavra pandemia, aliás, acendeu um alerta vermelho na população no campo psicológico. Somando possíveis consequências de contaminação, a obrigação do isolamento social e, ainda, a preocupação de uma recessão econômica, problemas como estresse, ansiedade e pânico podem aparecerem ou serem agravados.
De acordo com a psiquiatra Carolina Teixeira Borges Francisco, que atende no Hospital e Maternidade Femina, o momento é desafiador, mas com paciência e um certo planejamento, é possível passar por ele de forma mais leve. “Evitar o excesso de informações nas redes sociais pode ser um caminho saudável, assim como cuidar da alimentação e tentar tirar um projeto do papel, por mais simples que seja, como escrever um texto, ver um seriado ou assistir um filme”, pontua ela.
A psiquiatra também alerta que é importante respeitar as regras adotadas pelos governos do Estado, Federal e municipal, bem como seguir aquelas recomendações de órgãos competentes.
“É preciso ter resiliência e, caso sinta que é necessário, pedir ajuda. Este não precisa ser um momento de isolamento mental. É uma fase e, como toda fase, passará se cada um agirmos com senso social”, completa Carolina Teixeira.
Saúde mental
Sabendo da possibilidade do aumento de estresse e casos de problemas mentais, o Departamento de Saúde Mental da Organização Mundial da Saúde elaborou um extenso documento dirigido a diferentes grupos com sugestões, precauções e alertas do que fazer durante a pandemia do coronavírus.
O guia é dividido nas seguintes categorias: à população em geral; aos agentes de saúde; aos líderes de equipe e servidores em postos de saúde; aos cuidadores de crianças; e aos idosos, cuidadores e pessoas com problemas de saúde.
Dentre as sugestões para a população estão, por exemplo, a demonstração de empatia com o próximo e não se referir às pessoas com doença como “vítimas”. Para os agentes da saúde, a OMS lembra que situações com pressão estão no cotidiano destes profissionais e que estresse e sensações associadas a este quadro não significam incapacidade ou fraqueza.
“O gerenciamento da sua saúde mental e o seu bem-estar psicossocial durante este momento é crucial para que você possa manter sua saúde física também”, alerta trecho do documento.
Para os líderes na área de saúde, a OMS recomenda também o gerenciamento da saúde mental dos pacientes e as queixas neurológicas “como delírio, psicose, ansiedade severa e depressão, nas áreas de emergência ou de clínica geral. Um pessoal treinado corretamente talvez tenha que ser mobilizado para essas áreas.”.
O documento completo, com 30 recomendações, pode ser acessado clicando aqui. (https://news.un.org/pt/story/2020/03/1707792)