Construção da Ponte Júlio Muller na década de 1940 impulsionou crescimento do Estado

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A primeira ponte de concreto sobre o rio Cuiabá, inaugurada em 20 de janeiro de 1942, pelo então governador – interventor Júlio Strubing Muller – veio trazer mudança radical no sistema de comunicação e desenvolvimento da Capital Mato-grossense e a região norte, que estava emperrada em todos os sentidos.

Várzea Grande foi a mais beneficiada, crescendo rapidamente depois da inauguração, ganhando iluminação elétrica três anos depois.

A ponte em concreto armado com 224m de extensão, 6,0m de pista para dois veículos e passeio público, além de 40m de vão para a navegação foi liberada. Um detalhe era bastante chamativo: os arcos decorativos alinhados junto ao parapeito do passeio público com vigas que atravessavam a ponte de um arco a outro.

Da autorização para a construção da ponte até sua conclusão foram dois anos e quatro dias. O primeiro traço de concreto foi inaugurado no dia 26 de agosto de 1940. A um ano da inauguração, alunos da Escola Nacional de Engenharia (antiga Escola Politécnica do Rio de Janeiro, e, atualmente, parte da Universidade Federal do Rio de Janeiro), chefiados pelo professor catedrático Alírio de Matos, visitaram as “Obras Oficiais”.

Em setembro de 1941, o último pilar foi concretado. Para comemorar o fato, o engenheiro Cássio Veiga de Sá, responsável pela obra, ofereceu um brinde de champanhe no Grande Hotel, sendo convidadas algumas autoridades e a imprensa.

A inauguração movimentou a cidade. Tratava-se da primeira ponte ligando dois importantes distritos da capital: São Gonçalo de Pedro II, Segundo Distrito ou Distrito do Porto (atual bairro do Porto), e o Distrito da Várzea Grande ou Terceiro Distrito (atual Alameda, Várzea Grande). O prefeito de Cuiabá Manoel Miraglia decretou feriado municipal para que a população participasse da festa. Aproximadamente dez mil pessoas compareceram ao ato inaugural.

A nova ponte serviu como via de integração não só local, ligando o distrito do Porto ao da Várzea Grande; mas regional: as cidades de Cáceres, Poconé, Livramento, Vila Bela da Santíssima Trindade, além do distante noroeste mato-grossense (atual Rondônia) passariam a ter ligação rodoviária direta com a capital mato-grossense e com o Centro-Sul do Brasil. Antes, a ligação entre o Segundo e o Terceiro distritos era feita, desde 1874, pela barca-pêndulo (uma balsa feita de ferro e guiada por cabos que fazia a travessia de uma margem a outra do Rio Cuiabá).