Crise hídrica leva cidades de MT a decretarem estado de emergência

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A seca histórica deste ano fez com que diversos municípios de Mato Grosso declarassem estado de emergência devido à escassez de chuva que baixou o nível de água dos principais rios e reservatórios. Chapada dos Guimarães, Tangará da Serra e Cáceres (225 km de Cuiabá) são algumas das cidades que estão em alerta máximo.

A Prefeitura de Chapada dos Guimarães declarou estado de emerência no dia 28 de julho devido à severa seca no período de estiagem. O decreto foi publicado no Diário Oficial (DO) no dia 13 de agosto.

A crise hídrica do município está relacionada à falta de chuva e ao baixo nível dos rios e córregos da região, que fica a 65 km de Cuiabá.

A zona rural da cidade é a que mais está sofrendo com a falta de água regular nas torneiras. Cerca de 5.691 casas estão sem abastecimento. A solução, precária, foi a disponibilização do um único caminhão pipa por parte da Prefeitura. Das 70 comunidades rurais, pelo menos 22 correm o risco de ficarem totalmente desabastecidas.

“Os córregos estão secando e o pessoal da zona rural está padecendo. Estamos dando suporte a eles por meio do abastecimento com caminhão pipa, semanalmente, mas a situação só deve voltar ao normal com a chegada da chuva”, avalia o diretor do Sistema Autônomo de Água e Esgoto da cidade (SAAE), Anderson Alves Murtinho,

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 Sistema Autônomo de Água e Esgoto de Chapada dos Guimarães

Em Tangará da Serra  (252 km de Cuiabá) as últimas chuvas foram registradas em maio, quando choveu apenas 5 milímetros. A cidade está com racionamento de água desde o início de julho, quando a foi decretada calamidade pública.

“As medidas de reforço para amenizar o problema incluem ainda a perfuração de poços artesianos e a transposição do rio Russo para ampliar a oferta de água bruta para tratamento na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Rio Queima pé, que está localizada a 3 km do Rio Russo, de onde estará sendo captado água”, conta o diretor de Serviços Autônomo Municipal de Água e Escoto (Samae), Heliton Luiz de Oliveira.

Segundo Heliton, em apenas um mês o reservatório baixou um metro. Ele explica que para trazer segurança hídrica aos moradores, o município fará a captação de água do rio Sepotuba.

“A pesar da dispensa de licitações para aquisição de materiais e serviços relacionados ao enfrentamento à crise hídrica, buscar água no subsolo e em outros mananciais exige o cumprimento de uma série de requisitos voltados a questões legais e ambientais”, explica.

O rio Paraguai em Cáceres (225 km de Cuiabá), que drena o bioma Pantanal, enfrenta a pior estiagem já registrada nos últimos 70 anos, quando o nível do rio começou a ser registrado. Na sexta-feira (20),  a prefeitura realizou juntouma vistoria ao longo do rio, para elaborarar um parecer técnico e deve decretar estado de emergência da crise hídrica nos próximos dias.  A  Defesa Civil participa da iniciativa.

Segundo a prefeita da cidade, Eliene Liberato, o rio vem baixando há meses a olho nu. “O nível de água diminuindo e estamos prestes a enfrentar uma crise hídrica. Vamos ter que decretar situação de emergência, e com isso, conseguir recursos federais para  auxiliar as comunidades que estão sofrendo com a falta de água na cidade”, conta a prefeita.

Em Cuiabá, um plano de abastecimento para o período de estiagem foi adotado pela concessionária Águas Cuiabá, para garantir que não falte água para população.

“Esse período de seca é sempre um período preocupante, a gente vem monitorando intensamente o nível da Barragem do Manso, que é o que alimenta o Rio Cuiabá, e onde a gente possui três pontos de captação. Nós montamos um plano para que a gente consiga suprir as necessidades de água da cidade neste período. Trabalhamos justamente com a administração da Barragem para entender melhor qual a capacidade de reservação neste período”, conta o diretor operacional do Águas Cuiabá, André Silva.

Ele frisou que no momento não há risco de Cuiabá sofrer com desabastecimento de água na cidade.

“A gente percebe pelos gráficos que o nível está mais baixo que os anos anteriores, mas a equipe técnica da barragem tem passado para a gente que vai manter os níveis, embora tenha baixado significativamente nessas duas últimas semanas, mas o ponto de captação central do Sul e do Lipa ainda estão em níveis bem confortáveis. A gente está trabalhando intensamente para que esse ano a gente não tenha problemas, então a gente descarta a possibilidade de racionamento”, conta.

“Hoje o que estamos controlando é o ponto de captação de água bruta em relação ao nível do rio. Então o que a gente pede a população, não somente nessa época, é o uso consciente da água, que a gente tenha um consumo controlado, sem exageros, sem desperdícios”, finaliza o diretor.

Em Várzea Grande, região metroipolitana de Cuiabá, a crise hídrica que já se alastra há anos e piorou no último mês, deixando mais de 20 bairros por duas semanas sem água nas torneiras. A Prefeitura anunciou na semana passada novas medidas para resolver o problema.

“A prefeitura vem executado obras para melhorar a captação, tratamento e distribuição, além disso nos próximos dias a cidade ganha uma nova Estação de Tratamento de Água (ETA) que vai atender o Grande Cristo Rei, produzindo 320 litros de água por segundo, o que equivale a 27 milhões de litros por dia”, garante o prefeito Kalil Baracat.

No dia 17 de agosto, Baracat assinou um empréstimo de R$ 20 milhões junto à Caixa Econômica Federal para obras de ampliação do abastecimento de água.

Chuvas

Segundo o site especializado em meteorologia Clima Tempo, há previsões de chuvas em várias de cidadãs do estado a partir da próxima semana. Em Cuiabá, no dia 25, as chances de chuva são de 67%, nos dias 26,28 e 29 sobe para 90% a possibilidade de chuva.

Chapada dos Guimarães, Cáceres, Sinop (500 km de Cuiabá), Rondonópolis (220 km de Cuiabá), Araputanga (337 km de Cuiabá) também tem previsão de chuva entre dos dias 25 e 29 de agosto.

Fonte: HiperNoticias