“Não descartamos nenhuma hipótese”, diz o delegado titular da GCCO, Vitor Hugo Bruzolato Teixeira, ao ser questionado sobre alguma participação ou envolvimento de facção criminosa no roubo estilo novo Cangaço em duas cooperativas de créditos em Nova Bandeirantes (a 1.026 km de Cuiabá), em 4 de junho. Ele ressalta que estão buscando finalizar as investigações e trabalham com várias hipóteses.
“Estamos avançando neste intuito de esclarecer completamente os fatos. Quais são as pessoas, qual a ligação, quais as facções criminosas envolvidas. Nós sabemos que o novo Cangaço tem um perfil diferenciado, é um grupo próprio. É um grupo que não tem ligação com facções, Comando Vermelho, PCC. É um grupo próprio que vem, que age aqui, a título de que ocorreu, né? E na Bahia, interior de São Paulo… Então, eles têm essa peculiaridade, mas aqui no Estado a gente não descarta. Pois teve a participação de pessoas daqui, então aí nós vamos ter que identificar e ver qual que é a ligação criminosa de facções, desse grupo”, pontua o delegado.
Uma nova equipe do GOE foi esta semana para a região e ajuda nas diligências e buscas na mata.
No dia 10 deste mês, quatro supostos envolvidos na ação criminosa morreram, segundo o Bope, em confronto com policiais da especializada. Os mortos foram identificados como Romário de Oliveira Batista, Luiz Miguel Melek e Maciel Gomes de Oliveira, de 35, 40 e 37 anos, respectivamente. O quarto morto ainda não foi identificado.
Conforme a Polícia Militar, o confronto aconteceu após uma caminhonete branca fugir de barreira montada para captura dos foragidos. Equipe teria visto pessoas abandonando o carro e indo em direção à região de mata. Por isso, Força Tática acionou o Bope.
Família de um dos mortos, o empresário Melek, dono de uma loja chamada “Casa das Motos”, em Alta Floresta, afirmou que homem foi morto por engano e que sequer estava no município no dia do roubo a banco. PM, por outro lado, descarta a hipótese.
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O titular da GCCO afirma que as buscas continuam com o intuito de localizar o quanto antes os envolvidos. “Estamos aguardando os laudos, que foram feitos após o confronto. Estamos fazendo algumas oitivas, para ver qual foi a participação de cada um dos quatro suspeitos. Mas tudo isso ainda requer um monte de diligências. Porque a gente tá dependendo dos laudos da Politec, que ainda não ficaram prontos. Ainda vamos fazer mais diligências, mas as buscas e as investigações continuam”, explica.
Questionado se a apreensão em flagrante de um homem transportando aproximadamente três toneladas de explosivos e acessórios iniciadores em Peixoto de Azevedo (a 673 km de Cuiabá) possa ter alguma relaçao com este roubo, Vitor Hugo Bruzolato, afirma não descartar também.
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Policiais durante operação que tenta localizar assaltantes
“Não descartamos, né? Apesar que o Novo Cangaço tem várias modalidades. Ele tem essa modalidade que ele não teve utilização de dinamite, como ocorreu em Nova Bandeirantes. Eles não utilizaram e trabalharam ali com agência aberta, com as informações e obrigando os próprios gerentes e funcionários do local. Tanto do cofre, quanto dos caixas eletrônicos. No caso dos explosivos, eles ocorrem naquele Novo Cangaço noturno, onde eles invadem no período noturno e utilizando explosivos eles levam a quantia aguardada em dinheiro. Uma das possibilidades é que com a apreensão dos dinamites, eles possam ter partido para uma outra alternativa”, fala.
Roubo
No dia 4, criminosos fortemente armados invadiram, de forma simultânea, agências do Sicredi e do Sicoob. Com fuzis e espingardas de calibre 12, eles renderam funcionários e clientes que foram feitos reféns e utilizados de escudo humano durante a fuga.
O grupo levou ao menos R$ 900 mil das agências bancárias, sendo R$ 611 mil do Sicoob e R$ 300 mil do Sicredi. Ainda, roubaram colete balístico, revólver e munições.
Dois carros foram incendiados no percurso para atrapalhar a chegada da polícia. Vítimas, por outro lado, foram sendo soltas ao longo da fuga. Até o suposto confronto, os criminosos estavam foragidos.
Fonte: RD News