Depois da tempestade, moradores de Bonsucesso se unem para reconstruir casas

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Moradores da Comunidade de Bonsucesso, em Várzea Grande (Região Metropolitana de Cuiabá), se reuniram para recolocar telhas nas casas e retirar os cacos que estavam espalhados pelo chão.

O local foi atingido por um vendaval no final da tarde de domingo (14) e, na manhã desta segunda-feira (14), o cenário era impressionante.

Restos de construção por todo lado, muros caídos e os moradores tentando de alguma forma organizar o que sobrou.

Estima-se que 10 pessoas tenham se ferido. Elas estavam entre os 400 convidados da tradicional Festa de São Benedito.

A festeira Mariuce Maria da Silva, 45, conta que por volta das 17h, todos haviam almoçado e estava acontecendo a matinê dançante. Nesta hora, a chuva começou a cair.

Mariuce era festeira no evento e mostra como a casa da família dela ficou com a ventania (Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

“No começo era fraca e com muita ventania. Então, as pessoas foram se abrigando em baixo das barracas e do salão. Mas, não havia espaço para todos e alguns tiveram que se molhar”.

A força do vento foi aumentando até que as barracas foram carregadas e os pedaços da estrutura caíram pelo chão.

“Moro há aqui desde que nasci e nunca vi uma coisa dessa antes. Poucas casas ficaram sem ter o telhado danificado. Graças à Deus ninguém se machucou gravemente”.

Mariuce explica que se formou um grande alvoroço e as pessoas tentavam ligar para a polícia ou Samu para socorrer as vítimas.

“Nenhum deles apareceu, mas quem estava aqui começou a colocar os feridos no próprio carro e levá-los para o Pronto-Socorro”.

Ferimentos leves

O peixeiro Ronaldo Leite Rosa, 49, relata que a cunhada dele estava entre os feridos. Ela teve uma lesão na cabeça e quebrou um dente.

Segundo ele, os primeiros socorros foram realizados no domingo no PS e nesta manhã ela foi para a UPA.

Casas tiveram o telhado totalmente destruído com o vendaval que atingiu VG (Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

“Eu também estava na festa, mas quando vi aquele vendaval, corri e me escondi no salão paroquial. Foi muito rápido. Quando sai, eu vi a destruição”.

Quando a chuva parou, Ronaldo foi avisado pelos vizinhos que a casa dele havia sido  destelhada. Mesmo sem parte da cobertura, a família dormiu no imóvel.

“Eu estava com medo da chuva voltar. Ainda bem que ela não veio”.

A escola

O telhado de um dos blocos da Escola Municipal Professora Maria Barbosa Martins, que é feito de metal, se descolou da estrutura e foi carregado por 100 metros.

Em seguida, caiu sobre os postes e fios de energia elétrica e bloqueou o trânsito na rua principal de comunidade.

Nesta segunda pela manhã, técnicos da Energisa, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Guarda Municipal estavam no local.

Técnicos da Energisa tentam cortas árvores, retirar entulhos e restabelecer energia elétrica (Foto: Ednilson Aguiar/O Livre)

De acordo com o comandante da Guarda Municipal de VG, Evandro Homero Dias, ainda iria demorar um tempo para que os destroços fossem retirados.

Ele explica que pela manhã, algumas crianças foram até a escola, pensando que haveria aula.

“Teve aluno que chorou quando viu a escola deste jeito. Ela foi totalmente reformada recentemente, por isso a tristeza”.

O motorista Fernando Azevedo, 37, mora ao lado da escola e diz que ouviu apenas o barulho forte e, em seguida, a casa ficou sem luz.

“Quando sai de casa, vi a situação do telhado. Temos que agradecer o fato da ventania ser no domingo. Se fosse durante a semana, poderia ter atingido as crianças”.

Fonte: O Livre