A deputada federal Rosa Neide (PT) é coautora de uma representação, junto à Procuradoria Geral da República (PGR), que pede o afastamento da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. A parlamentar pede esclarecimentos sobre a exposição do caso da criança de 10 anos vítima de um estupro no Espírito Santo.
A representação foi realizada em conjunto com outras 8 deputadas petistas, para apurar a conduta da ministra Damares na apropriação e uso de dados pessoais e dos endereços da vítima de estupro. A vítima teve informações pessoais divulgadas na internet por fundamentalistas religiosos, como a bolsonarista extremista Sara Giromini.
A criança, que era estuprada desde os 6 anos pelo tio, passou por um aborto autorizado pelo juiz Antônio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e da Juventude de São Mateus, município onde o caso aconteceu. No dia 17 deste mês, o procedimento foi concluído no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros, em Recife.
Na representação, as deputadas afirmam que grupos religiosos mencionaram o apoio da ministra. De acordo com uma reportagem da revista Piauí, o nome de Damares é citado em uma gravação que faz parte da investigação do Ministério Público sobre a pressão exercida sobre a família da vítima.
“A Representada e sua equipe tiveram acesso aos dados sigilosos de identidade e endereço da criança e os utilizaram para fins privados, para execução de interesses próprios, de cunho moral-religioso, desviando, em absoluto, as atribuições institucionais por representantes da Pasta Ministerial”, diz trecho do documento.
Conforme a legislação, todo procedimento deveria ter sido realizado no mais absoluto sigilo. Entretanto, Damares anunciou publicamente, através das suas redes sociais, a cidade da vítima, além de enviar uma equipe ao local para incidência no caso.
Um requerimento de informação também foi enviado à Câmara dos Deputados, para investigar se o vazamento de dados aconteceu através do Ministério. Além disso, Damares e a extremista Sara Giromini são amigas pessoais, a quem a ministra considera como “filha”.
Fonte: Muvuca Popular