O padre Ramiro José Perotto, autor de publicações que culpava a menina de 10 anos, vítima de estupro, de compactuar com o crime, vai seguir normalmente no município de Carlinda (724 Km da Capital). A decisão foi da Diocese de Sinop ( 503 Km da Capital), que disse seguir em análise do caso e, por ora, preferiu manter o pároco em suas atividades.
Orietação e advertência, essas foram a penalidade aplicada a Ramiro Perotto, segundo o bispo Canísio Klaus, responsável pela igreja onde o padre é celebrante. Ao RD News, o bispo disse que deve encaminhar um novo ministro para conduzir as missas enquanto o padre Ramiro cumpre com as determinações que lhe foram dadas por meio de um Decreto Singular – carta pessoal- regido sob Direito Canônico que impõe obrigações sob atos praticados.
“Ele fica em acolhimento espiritual para sua remissão pessoal com Deus, além disso, terá de se retratar publicamente e procurar reconciliação com as pessoas que foram afetadas por seus atos”, explicou.
Bispo Klaus reforçou ainda que segue em análise dos documentos que mostram todos os comentários e publicações feitas pelo padre Ramiro para que seja dada a decisão final, sem prejuízos e injustiça. “Eu continuo acompanhando tudo com calma, tenho que ser cauteloso em observar toda a situação para não tomar uma atitude errada”, disse o bispo.
Nesta quinta (20), uma carta foi publicada pelo padre Ramiro, que admitiu e pediu perdão por seus atos a todos que foram ofendidos por seus comentários.
“Caríssimos. Eu, Pe. Ramiro José Perotto, pároco na Paróquia São Paulo Apóstolo, Carlinda, MT, venho por meio desta dizer-vos que assumo toda a responsabilidade de três postagens em meu Facebook sobre a defesa da vida, no caso do aborto ocorrido no último dia 17”, diz trecho do do dumento.
Ministério Público vai investigar
Ramiro José Perotto será investigado criminalmente pelo Ministério Público de Mato Grosso (MPE). Conforme a promotora Laís Rezende, de Alta Floresta (800 Km da Capital), o MP já solicitou à Igreja Católica todas as providências administrativas tomadas em relação à conduta pároco.
“Requisitei também a instauração de procedimento investigativo criminal para averiguar possível cometimento de crime de apologia ao estupro, na modalidade de incentivo”, disse a promotora.
Fonte: RD News