Em Cuiabá, manifestantes pedem intervenção militar e volta do AI-5; vídeos

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Manifestantes se reuniram em carreata, na tarde de domingo (19), pelas ruas de Cuiabá, pedindo intervenção militar e o retorno do Ato Institucional nº 5, conhecido como AI-5, baixado em dezembro de 1968, durante a ditadura militar no Brasil. Aproveitaram ainda para deixar claro o apoio ao presidente da república, Jair Bolsonaro e pediram a abertura do comércio da cidade.

A reportagem do Gazeta Digital acompanhou parte da carreata e encontrou o grupo em frente ao 44º Batalhão do Exército, na avenida Lava Pés. Vestidos de verde e amarelo, como já de costume, e com bandeiras brasileiras, seguravam cartazes com frases que pediam intervenção militar.

“Intervenção militar já! Com Bolsonaro no poder!”, pede uma das manifestantes com um cartaz na mão, na outra, ela segura outro, com a frase “SOS militares, fechem o Congresso e o STF”.

Outra pauta do grupo, é o fim do isolamento social – decretado para minimizar a proliferação e contágio do coronavírus. Para isso, pedem a reabertura do comércio em geral e a retomada da rotina, isolando apenas os grupos de risco.

Apesar de a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das entidades sanitárias é para que se evite aglomerações, os manifestantes parecem não se importar. Alguns fazem o uso de máscaras, como é recomendado.

Polícia Militar os acompanhou durante o percurso, que seguiu até a porta da TV Centro América, afiliada da Rede Globo em Mato Grosso. Lá, um grupo de pessoas chegou a descer dos carros e na porta de emissora, passaram a gritar “Globo lixo” e “Fora Globo”.

Políticos lamentam

Em post em sua página do Facebook, o ex-candidato ao governo de Mato Grosso, Rui Prado (PSDB), disse que não acreditou ao ver que pessoas – em sua grande maioria comprometidas com um Brasil melhor – defendendo a volta do AI-5, que ele classificou como “o mais duro de todos os atos institucionais emitidos pelo presidente Artur da Costa e Silva, em dezembro de 1968”.

Ele lembrou ainda que o ato fez com que os parlamentares contrários ao militares perdessem ao cargo e na intervenção ordenadas pelo presidente nos estados e municípios, além da “suspensão de garantias constitucionais do cidadão que resultaram na institucionalização da tortura, comumente usada como instrumento pelo Estado”, destacou.

Por fim, lembrou aos manifestantes que, se por acaso, o AI-5 estivesse em vigor hoje, a manifestação deles estaria sendo reprimida nesse momento. “Quero um Brasil que respeite suas instituições democráticas!”.

O ex-governador Pedro Taques se manifestou em sua página do Instagram, ao publicar uma foto da constituição. “Contra os vícios da democracia, mais democracia!’, disse.

“É um absurdo defender a volta da ditadura. Não podemos concordar com a defesa da volta do AI 5. Pregar contra o Estado Democrático de Direito é crime de responsabilidade. Não há caminho, a não ser pela Constituição da República!’, escreveu.

Fonte: Gazeta Digital